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JUSTIÇA

Com mais de 40 empresas, Grupo João Santos entra com pedido de recuperação judicial

Publicado em: 23/12/2022 16:19

Expectativa é de que processo seja aprovado em até um ano (Reprodução/Google Maps)
Expectativa é de que processo seja aprovado em até um ano (Reprodução/Google Maps)
Passando por uma reestruturação em sua diretoria executiva, o Grupo João Santos anunciou nesta sexta-feira (23), que deu entrada em um pedido  de recuperação judicial na Comarca de Recife-PE, sede de sua administração. Representando inicialmente mais de 40 empresas, o pedido tem o objetivo de viabilizar a reorganização financeira do grupo e a viabilidade de suas operações. 

Desde o início do semestre, o grupo empresarial, que já chegou a alcançar a posição de 2º maior fabricante de cimento no país, Cimento Nassau, e um dos maiores do mundo, vem realizando um estudo de análise de viabilidade econômica de retomada do funcionamento de plantas industriais e segmentos de atuação, que está sendo coordenado pela consultoria internacional Delloite Touche. 

Além disso, o conglomerado, que tradicionalmente contava com a direção dos herdeiros do grupo, passou a ser gerido por dois profissionais de mercado. Para os diretores, Paulo Narcelio e Guilherme Rocha, a medida “vem ao encontro da necessidade de organização, método e transparência que a nova gestão, iniciada há cerca de 4 meses”. Eles também destacam “a importância do Grupo João Santos para a economia pernambucana e nacional, e que, com os ajustes de diretrizes e o apoio dos agentes envolvidos, retomará a posição de destaque que já teve.”

Atuando em paralelo ao escritório de advocacia na condução da reestruturação econômico-financeira, a PPK Consultoria, liderada pelo economista e sócio-fundador, João Rogerio Alves Filho, destaca que “a recuperação judicial servirá como um pilar estratégico para revisão de viabilidade de todos os suas unidades de negócios, podendo-se, a partir de operações estruturadas, aumentar significativamente o valor dos ativos detidos pelo grupo, garantindo assim a viabilidade e modernização tecnológica de unidades de negócios mais competitivas”.

Segundo João, o entendimento da diretoria é de que o processo de recuperação judicial será importante para unificar as questões jurídicas da empresa, aumentando assim a possibilidade de se chegar a uma solução. O advogado explica ainda que o Grupo João Santos tem atualmente um faturamento próximo a R$ 1 bilhão, e detém um passivo reconhecido no pedido de recuperação judicial de R$ 13 bilhões. “A questão tributária está sendo tratada e é nossa prioridade de solução. Também existem dívidas trabalhistas que têm uma relevância enorme para a nova gestão”, afirmou.  

Agora, a expectativa é que o plano seja aprovado em até um ano. Para a condução do processo judicial foi contratado o escritório Matos Advogados, liderado por Gustavo Matos, seu sócio fundador, que demonstrou estar “bastante confiante na eficácia que as modernas ferramentas acessíveis a partir de um ambiente concursal trazido pela Recuperação Judicial trará para o breve soerguimento do grupo.”

GRUPO JOÃO SANTOS
O Grupo iniciou suas atividades no segmento sucroalcooleiro em 1934, na cidade de Goiana, em Pernambuco, ampliando os segmentos de atuação a partir de 1951 com a fundação da fábrica de Cimento Nassau, marca reconhecida nacionalmente. Anos depois, mais cinco fábricas foram incorporadas nos estados de Pará, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Espírito Santo. Outros segmentos de atuação são celulose, agronegócios, comunicação e serviços como taxi aéreo e logística. Atualmente, o grupo mantém diversas operações em atividade, gerando aproximadamente 4.250 empregos diretos.

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