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Glauco Moraes expõe no Recife trabalhos criados a partir de diários

Publicado em: 13/03/2020 11:38

A tradução dos trabalhos está guardada no cofre de um banco e só vai ser revelada após a morte do artista. (Foto: Geraldo Goulart Neto)
A tradução dos trabalhos está guardada no cofre de um banco e só vai ser revelada após a morte do artista. (Foto: Geraldo Goulart Neto)
 
A Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, abre a temporada de exposições amanhã, às 16h, com duas mostras. Diário ancestral, de Glauco Moraes, artista radicado em Belo Horizonte, fica em cartaz até 10 de maio. Já a Art in Progress: Novíssima arte contemporânea reúne trabalhos de alunos de artes visuais da UFPE e UFPB. A entrada é gratuita.

Glauco apresenta obras inéditas ao público recifense. É um trabalho íntimo, decodificado através de um dialeto criado pelo próprio artista. O maior sentido em transformá-lo em exposição está em evidenciar as possíveis fraturas do dialogo, como aponta o curador Wagner Nardy. “Tudo nasce de quando Glauco, na adolescência, criou um dialeto na intenção de ter privacidade de escrever seus diários. Glauco faz uma análise de suas origens, porque durante esse processo acabou descobrindo 61 cadernos, também diários em códigos, escritos por seu pai durante vários anos”, explica.

Os trabalhos estão expostos em 21 pinturas. A técnica principal é a acrílica sobre tela, além de técnicas mistas, com páginas dos próprios diários, grafite e materiais como folha de ouro, por exemplo. A codificação e o universo criados pelo artista foram tão além, que a tradução dos escritos no diário está guardada no cofre de um banco e só vai ser revelada após a morte do artista.
 
A técnica principal é a acrílica sobre tela, além de técnicas mistas, com páginas dos próprios diários, grafite e materiais como folha de ouro, por exemplo.  (Foto: Geraldo Goulart Neto)
A técnica principal é a acrílica sobre tela, além de técnicas mistas, com páginas dos próprios diários, grafite e materiais como folha de ouro, por exemplo. (Foto: Geraldo Goulart Neto)
 
Ocupando a Galeria desenhada por Oscar Niemeyer, a mostra foi toda articulado pensando no diálogo e das possibilidades do espaço. “É uma exposição harmoniosa com o espaço e deixa que o público tenha um momento muito pessoal e íntimo com as obras. Tem um percurso e segue um ritmo, ao mesmo tempo, que o espaço não tem obstáculos para deixar o público circular”, finaliza Wagner. O dialeto criado por Glauco, que o conecta diretamente com um gesto similar de seu pai, conduz o público adentro de um universo muita particular e de uma linguagem que funciona de maneira misteriosas.

Art in Progress
A exposição de Glauco dividirá espaço com a mostra coletiva Art in Progress: Novíssima Arte Contemporânea. Art in Progress reflete sobre questões contemporâneas da  nossa cultura visual, a partir de diversos recortes étnicos, de gênero, pensando derivas, colecionismos, registros urbanos, consumismo, memória afetiva, experiências estéticas e corporais. Os trabalhos presentes foram produzidos por estudantes e ex-estudantes dos cursos de Graduação em Artes Visuais da UFPB e do Mestrado em Artes Visuais da UFPB/UFPE,  selecionados por uma comissão e com curadoria de Robson Xavier e Carlito Person.

Serviço
Exposição Diário Ancestral, de Glauco Moraes
Quando:  Sábado (14), das 16h às 19h
Onde: Galeria Janete Costa,  R. Setúbal, 1023
Quanto: Gratuita
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