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Crítica: Bloodshot traz Vin Diesel de volta ao bom cinema de ação

Publicado em: 12/03/2020 09:32

 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação
Às vezes uma HQ não tão sensacional dá origem a filmes melhores do que aqueles que adaptam os quadrinhos mais elogiados ou famosos. Há um exemplo claro no Universo Marvel. Os filmes dos Guardiões da Galáxia, um gibi de segundo time, são mais divertidos que os dos consagrados Vingadores.
 
"Bloodshot" é mais um exemplar dessa categoria. Os quadrinhos originais não são grande coisa, mas o filme que chega agora aos cinemas se revela uma aventura de super-herói bem bacana. Mais do que isso, traz Vin Diesel de volta ao bom cinema de ação.
O gibi surgiu em 1992, criado por Kevin VanHook e Yvel Guichet. Teve ótimas vendas, que ajudaram a editora Valiant a se firmar no mercado. O herói era Angelo Mortalli, um gângster modificado geneticamente para combater criminosos. Em 2012, o título sofreu uma reformulação total e o protagonista passou a ser o soldado Ray Garrison, agora o personagem de Diesel no filme.
 
Garrison é morto em ação. Mas acorda num laboratório, onde foi devidamente "ressuscitado". Ele volta ao mundo dos vivos turbinado. Está superforte e tem uma capacidade inesgotável de curar qualquer ferimento. Seu sangue foi substituído por um fluido que faz milhões de nanites percorrerem seu corpo. Espécie de robôs microscópicos, essas coisinhas podem reconstruir em segundos qualquer tecido danificado no corpo de Garrison.
 
Seus novos poderes não param por aí. Como cada nanite é um poderoso microcomputador conectado ao cérebro de Garrison, ele consegue acessar instantaneamente qualquer informação na internet. Por exemplo, na cena em que precisa pilotar um grande avião cargueiro. Garrison faz em sua mente um download do manual de pilotagem da nave.
 
Desmemoriado após seu despertar, o ex-soldado deve integrar uma equipe de outros agentes "modificados", sob ordens do cientista que realizou essas transformações na turma. Mas Garrison recupera parte da memória, o suficiente para descobrir que o homem que o matou também assassinou sua mulher. Então o herói foge do QG dos soldados mutantes para se vingar do sujeito.
 
Na verdade, esse é apenas o comecinho da história. Logo Garrison vai perceber que nem tudo é como parece e se vê manipulado por uma trama complexa. Como toda a plateia já espera, ele vai precisar enfrentar os colegas modificados para descobrir toda a verdade.
 
A ação é contínua. O ritmo é tão fiel aos quadrinhos que o espectador não se surpreenderia se balões com as falas dos personagens começassem a aparecer na tela. O visual é deslumbrante, com as sequências impressionantes da recomposição do corpo de Garrison durante os combates. Não por acaso, o diretor estreante Dave Wilson trabalhou anos como técnico de efeitos visuais.
 
Diesel, que é péssimo ator, se sente à vontade numa atuação que quase nada exige além de músculos e cara de bravo. Guy Pierce, que é um ótimo ator, está brilhantemente canastrão como o cientista louco que ressuscita Garrison. Para quem é fã de quadrinhos, "Bloodshot" é obrigatório. Para quem gosta de cinema de ação, vale o ingresso.
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