Diario de Pernambuco
Busca

Polêmica

Funk que sugere 'tacar' bebida, transar e abandonar na rua será excluído

Música foi criticada por fazer apologia ao estupro e era a mais tocada entre as virais do Spotify

Por: Luiza Maia

Publicado em: 17/01/2018 15:30 | Atualizado em: 17/01/2018 15:39

Protesto da paraibana Yasmin Formiga foi compartilhado quase 130 mil vezes. Fotos: Facebook e Twitter/Reprodução

Após várias denúncias de apologia ao estupro, a música Só surubinha de leve, do MC Diguinho, será excluída do Spotify. A informação foi confirmada ao Viver pela assessoria de imprensa da plataforma de streaming, na qual já era apontado o conteúdo explícito da letra da música. O processo de exclusão será feito pela própria distribuidora, após contato da empresa, e deve ser concluído nesta quarta-feira, data prevista para o lançamendo do clipe no YouTube. 

Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre

"O catálogo do Spotify é abastecido por centenas de milhares de gravadoras, artistas e distribuidoras em todo o mundo. Eles são devidamente avisados sobre nossas diretrizes e são responsáveis pelo conteúdo que entregam. Desta forma, informamos que contatamos a distribuidora da música Só surubinha de leve a respeito do ocorrido e, fomos informados que a faixa será retirada da plataforma nas próximas horas, uma vez que o tema foi trazido à nossa atenção. A música está atualmente no Top Viral pois teve um pico de consumo nos últimos dias", diz a nota oficial da plataforma.

Leia também: Funk sugere 'tacar' bebida, transar e abandonar na rua e gera revolta na web

O funk Só surubinha de leve foi lançado em dezembro do ano passado, mas ganhou repercussão nacional nas primeiras semanas de janeiro. Nesta semana, alcançou o posto de música mais tocada na playlist As virais 50 do Brasil, uma das mais executadas do aplicativo, por ser focada nos sucessos repentinos. Com a visibilidade, vieram também as críticas, pois a música sugere que as mulheres sejam embriagadas como prerrogativa para o sexo.

"Taca a bebida, depois taca a pica e abandona na rua", defende o refrão - e trecho mais chocante - do funk. "Só uma surubinha de leve com essas filha da put*" e "Pode vir sem dinheiro, mas traz uma piranha, aí!" são outros versos criticados por internautas e entidades de defesa dos direitos da mulher do Brasil, onde foram registrados 135 estupros por dia em 2016, sendo 49.497 casos ao total, de acordo com dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O coro tornou-se mais forte a partir de uma publicação feita pela paraibana Yasmin Formiga. Ela publicou uma foto na qual simula machucados de agressão física com maquiagem e segura uma placa com o refrão. "Sua música ajuda para que as raízes da cultura do estupro se estendam. Sua música aumenta a misoginia. Sua música aumenta os dados de feminicídio. Sua música machuca um ser humano. Sua música gera um trauma. Sua música gera a próxima desculpa. Sua música tira mais uma. Sua música é baixa ao ponto de me tornar um objeto despejado na rua", ataca na legenda do post, compartilhado quase 130 mil vezes. 

Denuncie
Casos de violência contra a mulher - estupro incluído - podem ser denunciados pelo telefone 1-8-0.

Confira a letra da música:

Pega a visão! (x4)

Aquele pique, óh!
É o selminho que tá mandando
Anda, chama!
É o diguinho que tá mandando
Anda, chama!

Pode vim sem dinheiro
Mas traz uma piranha, aí!
Brota e convoca as puta (x2)

Mas tarde tem fervo
Hoje vai rolar suruba
Só uma surubinha de leve
Surubinha de leve
Com essas filha da puta

Taca a bebida
Depois taca a pica
E abandona na rua
Taca a bebida
Depois taca a pica
E abandona na rua

Ouça Só surubinha de leve:



Confira a publicação de Yasmin Formiga:



Acompanhe o Viver no Facebook:

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL