Cobertura Alessandra Leão faz show potente, político e visceral no Coquetel Molotov Artista reforçou apoio ao Ocupe Estelita e defendeu direitos das mulheres trans em reencontro com a cidade

Por: Alef Pontes

Publicado em: 22/10/2017 17:00 Atualizado em: 23/10/2017 17:04

Alessandra Leão e Kiko Dinucci compartilharam o Palco Sonic. Foto: Beto Figueiroa/Divulgação
Alessandra Leão e Kiko Dinucci compartilharam o Palco Sonic. Foto: Beto Figueiroa/Divulgação
 Foi debaixo de chuva que o público pernambucano se reencontrou com a cantora Alessandra Leão, na noite deste sábado (21), no Palco Sonic do Festival No Ar Coquetel Molotov. Longe dos palcos recifenses com seu trabalho solo há três anos, a cantora cumpriu a promessa feita em entrevista ao Viver e veio "com a faca nos dentes" para estrear na cidade as canções dos seus mais recentes trabalhos: os EPs Pedra de sal (2014), Aço (2015) e Língua (2015). Com uma impactante união de tambores, guitarras e sinths, aliados ao canto firme de Alessandra e ao forte teor político de seu discurso, o show se destacou como um dos mais consistentes da noite. 

Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre

Através de sua música, a cantora traçou um diálogo com importantes discursões do cenário sociopolítico e cultural do Recife, como a especulação imobiliária e a mobilização política da sociedade civil reafirmada na última década. "Cada dia que as torres não foram construídas e que aqueles galpões permanecem ali é um vitória nossa", afirmou a artista, em discurso contra o projeto do Novo Recife e a favor do Movimento Ocupe Estelita, antes de cantar Mofo, faixa de Pedra de sal que inicia com os versos "É na janela do trigésimo andar/Da janela do trigésimo andar/Por aqui nunca faz frio/Nem mesmo quando chove". 

Em outro momento marcante, Alessandra recebeu em palco o parceiro musical Kiko Dinucci, que havia apresentado o show do disco solo Cortes curtos um pouco mais cedo, no mesmo palco, para tocar Devora o lobo e, em seguida, fazer dueto em Tatuzinho. O machismo e a transfobia também foram abordados pela cantora no show, ao dedicar a canção Pássaros, mulheres e peixes (Língua) - uma parceria com o jornalista e cronista Xico Sá - "para as mulheres que nasceram mulheres e assim desejaram continuar; para as mulheres que não nasceram mulheres, mas desejaram ser; e para os homens que nasceram homens, continuaram homens e precisam aprender a respeitar as mulheres". "Porque não é favor, é obrigação", declarou.

Acompanhe o Viver no Facebook:



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL