Veia forrozeira Sanfoneira Dona Gracinha difunde o forró com exemplo de superação Mesmo tendo perdido o olho e a perna esquerdos, ainda na infância, a acordeonista de 74 anos espalha alegria por onde passa

Por: Irlam Rocha Lima -

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 14/07/2016 11:15 Atualizado em: 14/07/2016 11:09

Boa de prosa, Dona Gracinha diz que o seu maior prazer é tocar sanfona. Foto: Arquivo Pessoal
Boa de prosa, Dona Gracinha diz que o seu maior prazer é tocar sanfona. Foto: Arquivo Pessoal


Maria Vieira da Silva, Dona Gracinha, está de bem com a vida. Mesmo tendo perdido o olho e a perna esquerdos, ainda na infância, a acordeonista de 74 anos espalha alegria por onde passa, tirando belos sons do instrumento, que aprendeu a tocar, quando criança, em Floriano (PI), sua cidade natal. Em Brasília, onde mora desde 1970, é bem conhecida e festejada no meio musical.

Boa de prosa, ela diz que o seu maior prazer é tocar sanfona. Com um CD lançado em 2009, faz shows em vários locais da capital e adjacências e está à frente de alguns projetos. Um deles é o "Forró dos Velhinhos", que chega neste ano à terceira edição, coordenado pelo Beco de Coruja Produções, com o patrocínio do Fundo de Apoio a Cultura (FAC/DF).

A turnê por cidades do DF,  iniciada no último dia 9 pelo Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho, prossegue no próximo sábado, às 15h, pela Casa do Vovô, no Plano Piloto. Na apresentação, acompanhada por Flávio Leão (percussão), Tiago de Paula (zabumba) e Gabriel Lourenço (violão), a acordeonista passeia, durante quase duas horas, por um repertório que inclui xote, xaxado e forró pé de serra, selecionados da obra de mestres do gênero como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeon, Marinês e Trio Nordestino. Mas ela também toca chorinho e seresta.

Segundo Cássia Lenes, coordenadora do "Forró dos Velhinhos", o projeto nasceu para incentivar a inclusão social do idoso e promover a expansão do acesso da pessoa com deficiência física à produção cultural, levando música, dança e animação. “A ideia é simples, mas o resultado pode ser visto no sorriso e nos olhos de cada pessoa que tem acesso ao projeto. Os idosos se identificam muito com o show de Dona Gracinha, pois o repertório os levam, por meio das músicas, a recordar de momentos marcantes que viveram”, ressalta.

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