Música Moraes Moreira homenageia Gonzagão e o frevo em show no Recife: 'Eu me arrepio todo' Cantor e compositor prometeu inserir o Recife na possível turnê dos Novos Baianos e apresentou músicas do grupo, da carreira solo e algumas inéditas

Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco

Publicado em: 04/06/2016 02:45 Atualizado em: 04/06/2016 02:52

Artista baiano cantou "O nordestino do século" e "Respeita Januário" como tributo ao Rei do Baião. Foto: Luiza Maia/DP
Artista baiano cantou "O nordestino do século" e "Respeita Januário" como tributo ao Rei do Baião. Foto: Luiza Maia/DP


Frevo, forró e sucessos dos Novos Baianos conduziram o show de Moraes Moreira nesta sexta-feira, no Teatro RioMar. O cantor e compositor abriu a noite com poucas palavras. Acompanhado do multi-instrumentista Marcos Moleta, emendou uma na outra as canções Colégio de Aplicação, Frevo na boneca, Besta é tu, Brasil pandeiro (Assis Valente) e A menina dança – todas integrantes do repertório grupo icônico nos anos 1970 com o qual dividiu recentemente o palco na reinauguração da Concha Acústica de Salvador, na Bahia, e cogita uma turnê.

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"Com certeza, o Recife não será esquecido. Eu não permitirei", garantiu ele, sobre as possíveis apresentações com a saudosa banda, cujo setlist seria resgatado na noite. Definido por ele próprio como o baiano mais pernambucano, Moraes Moreira presenteou a plateia com Frevo nº 2 do Recife, de Antônio Maria (e cantada corretamente). "Eu me arrepio todo", confessou.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

Um frevo dele, ainda em composição, também foi inserido no repertório. "Do frevo, que é o dono da festa/ Que eu nunca me afaste", versa a letra, dedicada por ele ao Maestro Spok, responsável pela premiada mistura do gênero centenário pernambucano com o jazz. Outro tributo musical inédito inserido na apresentação foi O samba e a língua - "O que é que une o Brasil/ De Norte a Sul com certeza/ É o samba e a língua portuguesa".

Se começou sem muita interação, o baiano entrou em perfeita sintonia com a empolgação do público. Não muito cheia, mas empolgadíssima, a plateia respondeu com acompanhamento em uníssono, palmas (algumas vezes motivadas pelo artista) e até um sambinha arriscado de uma ou outra fã, apesar de o show ser realizado em um teatro. 

O sotaque nordestino, marcante na pulsação rítmica de toda a carreira de Moraes Moreira e na cantoria bem marcada do baiano, ficou patente ainda nos versos declamados para "defender" a cadeira ocupada por ele na Academia Brasileira de Literatura de Cordel e na bela homenagem a Luiz Gonzaga, no bis.

"Guardei no meu calendário o dia 13 de dezembro/ A cada ano eu me lembro do filho de Januário/No dia do aniversário fazendo a minha oração/ Eu trago o livro na mão e vivo cada capítulo/ O nordestino do século é nosso rei do baião", entoa ele, em O nordestino do século, escrita sob inspiração do Festival de Inverno de Garanhuns, em 2012, ano de celebração do centenário de nascimento do Rei do Baião, e seguida por Respeita Januário, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Em quase duas horas de show basicamente composto por canções dele e parcerias, Moreira resgatou Swing de Campo Grande, Acabou chorare, Mistério do planeta, Tinindo trincando, Um bilhete pra Didi (classificada por ele como “o nosso Brasileirinho) e Preta pretinha, dos Novos Baianos, além de músicas da carreira solo, como Lá vem o Brasil, Sintonia, Eu também quero beijar, Forró do ABC, Bloco do prazer, Pombo correio e Festa do interior.


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