Televisão É um alívio ver pessoas em situações piores que a sua, diz criador de The walking dead Outcast é exibida às sextas-feiras na canal Fox1

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 19/06/2016 15:08 Atualizado em:

Robert Kirkman é criador de The walking dead. Foto: Fox/Divulgação
Robert Kirkman é criador de The walking dead. Foto: Fox/Divulgação
A série The walking dead foi uma das primeiras e mais bem-sucedidas experiências do roteirista e produtor-executivo Robert Kirkman na televisão. Até então, a obra do escritor era voltada ao universo das HQs. A adaptação da história de zumbis para a telinha se tornou um dos seriados mais vistos da atualidade e deu respaldo para a continuidade de Kirkman na área. Após se aprofundar no universo de mortos-vivos - a derivada Fear the walking dead também é dele -, o escritor criou nova empreitada sombria. Desta vez, o universo demoníaco é explorado.

Já com segunda temporada encomendada, Outcast é exibida às sextas-feiras, à meia-noite, no canal Fox1, e aos domingos, às 23h, no Fox. A série acompanha Kyle Barnes, um jovem que sofre por possessão durante a vida, mas decide sair em busca de respostas. Para isso, pede ajuda ao religioso Anderson (Philip Glenister). As descobertas podem mudar a vida dele para sempre e até o destino do mundo.

O lançamento da série foi reforçado na figura do "criador de The walking dead". Nos Estados Unidos, a estreia no canal Cinemax alavancou a audiência e causou burburinho na internet.

- Entrevista disponibilizada pela Fox

ASSOMBRADA
"A sociedade moderna é assombrada pela possibilidade de um futuro sombrio. Temos as mudanças climáticas, o terrorismo global, vacinas que não funcionam... É horrível assistir ao noticiário. Torna-se catártico ver pessoas que estão em situações muito piores do que a sua, de um jeito que você pode pensar 'tá bem, ao menos eu não preciso enfrentar demônios'". Robert Kirkman, sobre a volta do gênero horror e exorcismo à televisão.

Muitos creditam a você uma reinvenção do gênero zumbi, tanto nos quadrinhos quanto na TV. Outcast parece fazer a mesma coisa, só que com o gênero exorcismo. Qual é o processo criativo que leva você a, digamos, reinventar a roda?
Não é exatamente um desejo de reinventar gêneros, mas apenas de explorar diferentes aspectos que ainda não foram abordados, de pegar gêneros tão conhecidos como o zumbi ou exorcismo e contar um tipo diferente de história. E isso é muito empolgante para mim, como fã desse tipo de história, explorar diferentes coisas. Tudo vem do fato de abordar gêneros que eu amo e, mais do que render um tributo a eles, adicionar algo. Eu não estou tentando romper paradigmas ou consertar algo que não está quebrado. Eu apenas quero dar novas cores para algo que eu amo.

O que você aprendeu em The walking dead (TWD) e aplicou ao fazer Outcast?
É sempre uma pergunta difícil de responder, pois eu não me sinto como se tivesse aprendido. Existem certos aspectos em escrever para a televisão que levei um longo tempo para aprender, porque, quando eu comecei a trabalhar em The walking dead, eu só havia, até então, feito histórias em quadrinhos. Então, quando eu escrevo, normalmente penso em cenários e imagens estáticas. Existem muitas coisas que você precisa fazer nos quadrinhos para compensar a ausência de movimento e som, e elas simplesmente não funcionam na televisão. São coisas que eu realmente precisei aprender em The walking dead e que me deixam um pouco mais preparado para trabalhar em Outcast.

Em que aspectos você acha que os dois programas convergem e divergem?
Em muitos aspectos, acho que eles não podiam ser mais diferentes. A ameaça (em Outcast) é muito diferente, muito menos tangível; o perigo vem de algo interno, não de algo que o persegue. É um programa muito mais assustador e sombrio do que Walking dead. Mas, ao mesmo tempo, tem um apelo similar para a audiência, de ser algo fora do habitualmente visto na televisão. E isso causa a sensação de que a história não vai se encaminhar da maneira esperada. Sempre vai haver um ponto de virada, algo que vai mudar totalmente as coisas. Nenhum personagem está a salvo, todas as narrativas são passíveis de mudanças. Nós não vamos seguir os caminhos esperados nem vamos contar o tipo de história que se é esperado; o espectador nunca vai saber exatamente para onde a trama está caminhando. Então, nós tentamos manter as coisas divertidas, empolgantes e assustadoras; é isso que esses programas têm em comum.

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