Telinha Sense8: Espanhol no elenco de série dos criadores de Matrix fala sobre ser par de ex-RBD Miguel Ángel Silvestre interpreta o ator homosseuxual Lito na trama original do Netflix

Por: Raquel Lima - Diario de Pernambuco

Publicado em: 19/06/2015 09:00 Atualizado em: 11/12/2015 17:11


Personagem Lito é um dos oito sensitivos que movimentam a trama. Crédito: Netflix/Divulgação
Personagem Lito é um dos oito sensitivos que movimentam a trama. Crédito: Netflix/Divulgação

São Paulo - A novela Babilônia pode ser até demais para a audiência da TV aberta brasileira, mas é fichinha diante da ode ao amor livre que é Sense8, série original do Netflix criada e dirigida por Lana e Andy Wachowski. Os irmãos, criadores da trilogia Matrix (1999 - 2003), mapeiam, nos 12 episódios em streaming, relações humanas baseadas nos mais diversos sentimentos, como ganância, medo, intolerância e desejo (esse nas versões gay, transexual, grupal).

Sense8 é cheio da mensagem ‘seja autêntico’”, opina Miguel Ángel Silvestre, ator espanhol de 33 anos que, depois de quatro audições, é o sensitivo que vive um dos mais belos romances da atração. Ele é Lito, galã mexicano que teme que a homossexualidade arruíne a carreira. O clichê ganha contornos reais ante o sofrimento do namorado dele, Hernando, vivido pelo mexicano e ex-Rebelde Alfonso Herrera.

Miguel Ángel é ainda o alívio cômico de Sense8. São dele as cenas que beiram o pastelão. É por meio dele também que Lana e Andy brincam com a metalinguagem. Nas cenas de Lito no set de uma telenovela, os Wachowskis refazem um tiroteio que poderia estar em Matrix, mas que deixa lentes, fios e microfones à mostra. Em conversa com jornalistas latinos, o ator confidenciou que foi fácil ficar (bem) à vontade nas cenas de sexo: “Poncho (Alfonso Herrera) é cheiroso!”, ri.

A jornalista viajou a convite do Netflix

Lito é um alívio cômico em Sense8. Como foi encontrar esse tom em meio a assuntos tão profundos?
O tom é dos Wachowskis. Lana é onipresente atrás das câmeras. E tinha de estar pronto, flexível, logo no início do dia. Ela gosta de um certo desconforto, no sentido de tudo estar o mais espontâneo possível. E senti que parte desta espontaneidade vinha de descobrir os caminhos de Lito enquanto os vivia. As situações eram sempre dramáticas e, de repente, aparece o México, que é taram ram (canta e gesticula). Todo mundo sofrendo e Lito dançando, mas confiei em Lana e Andy.

Valeu a pena?

Sinceramente, Lito é um cara que seria meu amigo. As cenas dele atuando me fizeram rir muito. Lembro de uma vez em que os Wachowskis estavam gargalhando tanto que conseguia ouvi-los. E pensei: “Faz de conta que você não está ouvindo” porque, mesmo sendo engraçado, era sério para Lito.



Humor à parte, Lito protagoniza uma bela história de amor…

As pessoas se sentem representadas por esse romance, não é? A princípio Lito tem medo porque acha que não será entendido. Mas quando nos rendemos às nossas sombras e encaramos nossas vulnerabilidades, ficamos iguais e sentimos que não estamos sozinhos.

Como você e Alfonso Herrera chegaram a Lito e Hernando?

Quando conheci Poncho (Herrera) conversamos sobre a responsabilidade de retratar esse relacionamento. Concordamos que deveríamos estar o mais relaxados possível. Então, nos tornamos irmãos. Foi um prazer trabalhar com um ator tão generoso. E cheiroso. O que, claro, ajudou (risos).

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