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Melancolia, mar e piano conduzem novo disco de Zé Manoel. Ouça Canção e Silêncio
Álbum do cantor e compositor de Petrolina foi disponibilizado para audição gratuita nesta sexta-feira
Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco
Publicado em: 29/05/2015 11:11 Atualizado em: 29/05/2015 20:27
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Cantor e compositor pernambucano estuda piano desde os 9 anos. Foto: Pedro Ivo de Carvalho/Divulgação |
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Em vez do rio, lembrança da infância às margens do Rio São Francisco, mais presente no álbum de estreia, é o mar do Recife, onde mora desde 2007, que invade o universo criativo, como em O mar, uma ciranda sobre a força e bramidos dele com letra de Sergio Napp, guitarra de Juliano Holanda, percussão de Johan e caixa de Pupillo, da Nação Zumbi, uma das figuras mais presentes em discos nos últimos tempos, de Lira (O labirinto e o desmantelo, como compositor, instrumentista e produtor) e Gal Costa (Estratosférica, como músico e compositor, em parceria com a namorada, Céu, e Bactéria, da Mundo Livre S/A).
Em Quem não tem canoa cai n’água, faz dialogar o canto popular de Dona Amélia, do Samba de Véio da Ilha do Massangano, de Petrolina, com o piano e voz grave dele. É a harmonia do piano - único instrumento da canção - que dá o tom do baião Água doce, escolhida como primeira das 13 faixas, todas de autoria dele (algumas em parceria). A parceria com as teclas, estabelecida desde os 9 anos, é repetida em Na noite em que eu nasci, música de apenas seis versos sobre a relação com o tempo que valoriza a melodia.
No longo poema narrativo Sereno mar, sob regência e arranjos de Letieres Leite, da Orkestra Rumpillez, um pescador tenta resgatar o filho com a própria rede. Em Água doce, ele convida para despertar e ver a chuva aguando o pé de laranja lima. Em Estrela nova, metaforiza com as velas de um barco a sonoridade explorada no disco.
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"Algumas coisas, eu teria tirado, porque achei que ele estava muito para baixo, mas eles (Miranda e Kassin) argumentaram para deixar", confessa Zé Manoel, sobre a introspecção melancólica das composições mais recentes que ele, satisfeito, classifica como mais maduras. É no ritmo de samba que a palavra o estrangula e sufoca, em Cada vez que digo adeus. A dor da despedida é tema ainda de Volta pra casa, interpretada pela cantora pernambucana Isadora Melo, atualmete no elenco da minissérie Amorteamo, da Globo, já parceria de Zé Manoel e dos palcos.
Conhecidos pela pegada pop e pelas intervenções eletrônicas, Miranda e Kassin foram procurados por Zé exatamente por isso. Mas, durante o processo de gravações, no Rio de Janeiro, o processo foi inverso. "Eles se deixaram mais levar pela minha sonoridade. Acho que existe uma coisa nova no disco, ele soa muito uniforme. É mais coeso e uma música dialoga com a outra. É mais introspectivo também", analisa o artista. Canção e silêncio e sonora e poeticamente intricado a Zé Manoel, de 2012, e promete agradar aqueles que conquistou.
Confira vídeos de bastidores das gravações:
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