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Combate à violência

Moro cogita continuidade da Força Nacional em Paulista e fala sobre óleo no litoral

Publicado em: 21/10/2019 13:10 | Atualizado em: 21/10/2019 14:27

Foto: Peu Ricardo

Em passagem por Paulista, na Região Metropolitana do Recife, nesta manhã, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, comemorou os dados de redução da violência no município, reforçados, segundo ele, com a chegada da Força Nacional, em setembro, e acenou com a possibilidade da força tarefa continuar atuando na região mesmo após o prazo dado inicialmente para o fim do projeto, em dezembro deste ano. Moro garantiu que não pretende retirar a tropa de cem homens de forma abrupta das ruas de Paulista sem resultados consolidados de combate à violência urbana. Apesar de celebrar números de criminalidade em queda na cidade, nem o governo municipal, nem o federal apresentaram dados completos sobre o assunto. Moro apenas citou o número de homicídios em setembro (4) e outubro (2) e chegou a comparar com registros do passado, quando o município notificava até 30 assassinatos em período semelhante. Apesar de não ser a pauta da coletiva em Paulista e mesmo relutando inicialmente em responder, o ministro também falou rapidamente sobre o derramamento de óleo nas praias do Nordeste ao ser questionado por jornalistas.

"Foi definida a permanência até dezembro, mas nada impede que o programa seja prorrogado, segundo avaliação da necessidade. Nós queremos gerar esse legado da cultura de integração entre as forças de segurança, que permanece mesmo sem a presença da Força Nacional e, além disso, realizar ações de outra natureza para tentar inibir os fatores que levam aos altos índices de crime. Mas não vamos encerrar abruptamente sem que tenhamos resultados mais consolidados. O programa pode permanecer para gerar resultados permanentes", destacou o ministro.

O ministro Moro destacou que o programa tem como pressuposto para dar certo a integração de dados e de ações conjuntas entre as diversas forças policiais. A ideia, disse ele, é ter uma postura mais pró- ativa, de não esperar a crise de segurança acontecer para atuar, mas a união federal estar perto do cidadão para ajudar a reduzir a criminalidade. "É certo que os índices de criminalidade em Paulista já vinham caindo antes em virtude de políticas adotadas principalmente pelo governo do estado, mas houve intensificação dessa queda a partir da atuação do Em frente, Brasil", disse Moro. Em uma segunda fase do projeto, o ministro afirmou que deve aliar as ações de policiamento ostensivo com políticas sociais e urbanísticas. "As lições do projeto piloto daqui nos servirão para o futuro."

Do lado de fora do Centro de Operações da Prefeitura de Paulista, no bairro de Maranguape I, uma agente de saúde, que pediu para não ser identificada, comentou que trabalha em Maranguape 0, mas que gostaria de ver as tropas entrarem nas comunidades onde realmente acontece a violência. "Todo mundo sabe onde está o crime, mas a Força Nacional só passa na avenida. Os homens só entram se tiver solicitação ou denúncia da comunidade. A verdade é que a viatura deles impõe mais respeito que a da Polícia Militar", comentou. Guarda municipal e comerciante, José Barbosa, 58 anos, mora em Engenho Maranguape e disse perceber redução na violência com a chegada do programa. "O carro deles é diferente aí os bandidos têm mais medo."

A Força Nacional atua em cinco localidades de Paulista: Janga (Tururu e Casinhas), Maranguape I, Maranguape II e Jardim Maranguape. Além de Paulista, o programa está em Ananindeua (PA), Cariacica (ES), Goiânia (GO) e São José dos Pinhais (PR). A medida faz parte de um programa-piloto do governo federal chamado Em frente, Brasil, criado para combater crimes violentos, principalmente homicídios. Dados do governo estadual apontam que o número de homicídios em Paulista vem caindo desde 2017. De janeiro a setembro daquele ano, foram 175 assassinatos. Em 2018, foram 107. Este ano, já foram notificados 71 homicídios. "A gente acredita na integração e esperamos que o programa não fique restrito a cinco municípios do país", disse o governador Paulo Câmara.

Derramamento óleo - 
Quanto ao derramamento de óleo nas praias do Nordeste, Moro disse que "o governo tem feito sua parte, recolhido quantidades expressivas de óleo que foram derramados". Disse, ainda, que o caso está sendo investigado. "A investigação da Polícia Federal está em curso. É um fato complexo e temos o apoio do Ibama e das Forças Armadas. Assim que houver diagnóstico preciso do que aconteceu, isso vai ser divulgado", falou.
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