ESCALPELAMENTO

Após cirurgia em SP, Débora Dantas apresenta ''excelente evolução'', diz boletim

Publicado em: 26/08/2019 14:19 | Atualizado em: 26/08/2019 15:43

Débora não apresentou problemas no pós-operatório, segundo boletim médico do Hospital Especializado de Ribeirão Preto - Foto: Divulgação/HERP
A estudante Débora Dantas, escalpelada por um kart no Recife no último dia 11 de agosto, está se recuperando bem do último procedimento cirúrgico pelo qual passou. A jovem de 19 anos foi operada nesse sábado (24), pela manhã, no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, localizado no interior de São Paulo. De acordo com boletim médico divulgado pela instituição nesta segunda-feira (26), Débora não teve intercorrências (problemas) no pós-operatório e a reconstrução do couro cabeludo apresenta "excelente evolução".

A cirurgia que ela foi submetida é chamada de retalho microcirurgico. Diante da impossibilidade de recuperar o couro cabeludo arrancado, foi necessário realizar enxertos com pele de outras partes do corpo. O músculo foi refeito com material das costas, já pedaços de pele da perna foram usados para cobrir a região. 

Nesta segunda, foi realizado um novo curativo para reavaliação da área operada. Foi necessário o uso de anestesia para viabilizar a ação. Débora segue internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI), e não pode falar com a imprensa por enquanto.

"Fizemos uma transferência do músculo das costas para cobrir a área da calota craniana que estava com o osso exposto. Ela precisava cobrir mais ou menos 70% da calota craniana. E conseguimos cobrir tudo. O resultado visto hoje no curativo é muito satisfatório. Ela está respondendo muito bem fisicamente e psicologicamente. Agora, claro, é um procedimento de grande porte, que demanda cuidados. Por isso, ela ficará alguns dias ainda na CTI”, explicou o cirurgião plástico e diretor clínico do Hospital Especializado de Ribeirão Preto, Olímpio Colicchio.

Débora está acordada, consciente e conversando. “Hoje ela tomou banho de chuveiro, está muito bem para a cirurgia que foi feita. O procedimento durou 11 horas”, detalhou o médico. Segundo ele, o procedimento em termos de porte pode ser comparado a uma neurocirurgia ou uma cirurgia cardíaca.

Se tudo ocorrer como planejado pela equipe de saúde que acompanha a estudante, o curativo dela deverá ser trocado a cada dois ou três dias. Na metade de setembro, estimam os médicos, será feito um enxerto de pele para cobrir toda a área de perda do couro cabeludo. Como a raiz foi perdida, Débora irá precisar de prótese capilar.

“Ela chegou aqui com uma contaminação que a gente chama de colonização do couro cabeludo, que é normal. Chegou com a calota craniana exposta, com falta na pálpebra superior. Hoje já está com a pálpebra reconstruída, com o osso da calota coberto. Está numa situação muito melhor”, acrescentou o cirurgião plástico Olímpio Colicchio. 
 
De acordo com o namorado de Débora, o empresário Eduardo Tumajan, a estudante permanece confiante e forte diante do tratamento. "Hoje passei uma hora com ela, fiquei rezando ao lado dela. Todos os dias, ela me recebe com um sorriso, não se abala. É uma lição de vida. Não sou a mesma pessoa que era há três semanas. Isso mudou a minha vida também, a forma de enxergar a vida", disse o rapaz.  

Entenda o caso
Débora foi transferida no domingo (18) para o hospital paulista. Antes, ela estava no Hospital da Restauração (HR), no Recife. Uma equipe liderada pelo cirurgião plástico Jonathan Vidal realizou duas operações. A primeira no dia do acidente, 11, quando foi implantado o couro cabeludo arrancado; a segunda no dia 13, para retirar trombos (coagulos). Ambas foram acompanhadas pela internet, por médicos do Baylor College of Medicine, localizado em Houston, nos Estados Unidos. 

Foi da equipe americana que veio a sugestão de transferência, para que Débora seja operada por um amigo de Jonathan, o também cirurgião plástico Marco Maricevich. Ele integrará a equipe da cirurgia, que também conta com os médicos Alex Fioravanti, Salomão Chade, Daniel Lazo e Olimpio Colichio Filho - os dois últimos acompanham Débora desde que chegou a Ribeirão Preto.

A moça de 19 anos viajou em um avião pago pela rede varejista Walmart - foi em uma unidade da rede, localizada em Boa Viagem, que aconteceu o acidente. Era no estacionamento do supermercado onde estava a pista de kart, de propriedade da Adrenalina Kart Racing. 

Durante a corrida, o cabelo da jovem enroscou no motor do veículo, arrancando o couro cabeludo e a pele acima dos olhos. Débora foi socorrida pelo namorado, o empresário Eduardo Tumajan. A Polícia Civil investiga o acidente, tendo 30 dias para concluir o inquérito, a contar da abertura das investigações. Um dos aspectos analisados pela polícia é se houve negligência da empresa de kart.

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