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Estudantes voltam às ruas do Recife contra contingenciamento na educação

Publicado em: 30/05/2019 16:18 | Atualizado em: 30/05/2019 17:31

Concentração do ato acontece na Rua da Aurora. Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.
Os estudantes das universidades e dos institutos federais, com o apoio de professores e representantes dos movimentos sociais e sindicais, voltaram às ruas nesta quinta-feira (30) em resposta ao contingenciamento das verbas da educação pelo governo federal. É o chamado Dia D da Educação. Protestos, a exemplo dos realizados no dia 15 deste mês, acontecem em várias cidades pernambucanas. No Recife, o principal acontece em frente ao Ginásio Pernambuco, na Rua da Aurora, Boa Vista, desde as 15h.

Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.
O movimento programado por entidades estudantis pernambucanas deve deixar a concentração na Rua da Aurora às 16h30. O ato é uma preparação para o dia 14 de junho, quando está prevista Greve Geral dos Trabalhadores. Um boneco representando o educador pernambucano Paulo Freire circula entre os manifestantes, que devem seguir pelas ruas João Lira, dos Palmares, do Hospício e pelas avenidas Cruz Cabugá, Conde da Boa Vista e Guararapes. A manifestação deve ser encerrada nas imediações da Praça da Independência, onde os estudantes participam da reinauguração do Armazém do Campo. Também estão previstas atrações culturais, como Bete de Oxum e o Som na Rural.

Débora (braço erguido) saiu de Paulista para participar do ato. Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.
Débora Maria Barbosa, 20 anos, saiu de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, para participar do protesto. “Acho importante apoiar a luta. Boa parte da população não está concordando com esse governo. Enquanto mulher negra, me incomodam decisões em relação a cortar verba da educação e interfere na minha vida, já que pretendo fazer faculdade", disse.
 
A estudante da UFPE Samantha Aires, 18 anos, disse que não pretende deixar o movimento morrer. "Estamos atualizados com as informações e não vamos baixar a cabeça. Vamos à luta se ameaçar a educação. Não é militância de sofá. Não somos partidários. Somos estudantes”, disse.  
 
Clima
No Edifício Marajó, na Rua João Lira, moradores exibem faixas e corações vermelhos em apoio ao ex-presidente Lula e à favor da educação, enquanto em uma das janelas uma mulher exibe uma camisa em apoio ao atual presidente Bolsonaro. Os estudantes respondem ao protesto solitário com vaias. 

Contingenciamento
Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.
A soma dos bloqueios em Pernambuco chegam a R$ 140 milhões, atingindo as universidades Federal Rural (UFR- PE), Federal (UFPE) e Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), além dos Institutos Federal de Pernambuco (IFPE) e Federal do Sertão Pernambucano (IF-Sertão). De acordo com os reitores, os bloqueios podem inviabilizar o funcionamento das unidades de ensino no segundo semestre deste ano, uma vez que os recursos são os destinados a serviços essenciais, como água, energia e despesas com pesquisas. Para todo o país, o contingenciamento é da ordem de R$ 5,8 bilhões.

De maneira geral, o contingenciamento nas universidades e institutos federais no estado é estimado em cerca de 30%, mas, conforme os reitores, chegam a 43% quando considerados os bloqueios de maneira fragmentada. “Tecnicamente, a terminologia (contingenciamento) é correta, mas o problema é que o volume de recursos bloqueados de forma linear, sem critérios técnicos que considerem a realidade específica de cada instituição, pode levar à paralisação das atividades”, aponta o deputado federal Danilo Cabral (PSB), integrante da Frente Parlamentar Mista de Fortalecimento das Universidades Federais.
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