Ancestralidade

Noite dos Tambores Silenciosos acontece nesta Segunda de Carnaval, no Pátio do Terço, a partir das 18h

Publicado em: 01/03/2019 20:00 | Atualizado em: 01/03/2019 18:11

Em plena Festa de Momo, na Segunda-Feira de Carnaval, foliões de todos os lugares se dirigem ao Pátio do Terço, no bairro de São José, Centro do Recife, para contemplar uma cerimônia de sincretismo religioso. A Noite dos Tambores Silenciosos, que celebra sobretudo a ancestralidade negra e é uma das manifestações afro-brasileiras mais aguardadas da festa, reunindo 30 nações de maracatu em mais de 60 edições do evento.

Os grupos de baque virado saem em cortejo, a partir das 18h, pelo Pátio do Terço para reverenciar os ancestrais africanos que sofreram e foram mortos durante a escravidão no Brasil colonial. Na época da escravidão, os negros não podiam expressar sua religiosidade, crenças e tradições e por isso faziam cortejos em silêncio. O auge da celebração acontece à meia-noite. Os tambores param de tocar, as luzes são apagadas e o babalorixá Tata Raminho de Oxossi passa a comandar a cerimônia e cânticos em iorubá são entoados. 

“Queremos pedir aos nossos antepassados, às nossas ancestralidades, um carnaval de paz, sem violência. Com um novo ano de paz, saúde, felicidade, harmonia e prosperidade”, afirma um dos babalorixás que estará presente na Noite dos Tambores Silenciosos, Pai Jorge D’Bessen. 

Os maracatus estão vinculados ao candomblé e possuem um orixá como patrono. Além do rei e da rainha, as nações são compostas por estandarte e a calunga (uma boneca que incorpora a força ancestral) carregada pela dama-de-paço. Antes de Raminho, a cerimônia era guiada pela mãe de santo dele, Sinhá Eugênia da Costa.
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