Agreste

População de Chã Grande está aterrorizada com a lista da morte

Mais um jovem marcado para morrer foi assassinado neste fim de semana

Publicado em: 14/01/2019 08:14 | Atualizado em: 14/01/2019 16:04

A primeira lista foi divulgada na parede do cemitério da cidade. Foto: Reprodução da internet.
Duas listas com nomes de pessoas marcadas para morrer estão tirando o sossego dos moradores de Chã Grande, município com 20 mil habitantes da Mata pernambucana, situado a 82 quilômetros do Recife. O material começou a circular em 2016, de forma inusitada, quando foi colado na parede do cemitério da cidade. No ano passado, em março, uma nova lista foi divulgada, dessa vez em uma escola pública abandonada no centro do município. Ambas foram recolhidas pela polícia.

O assunto voltou à tona porque um jovem com 17 anos citado na segunda lista, José Moisés Avelino, foi assassinado na tarde do último sábado por homens que ocupavam um carro branco. Na semana passada, outra pessoa da mesma lista, um homem com 18 anos, também foi baleado no pescoço e no ombro, mas sobreviveu e foi atendido no Hospital da Restauração (HR). Momentos antes do atentado, ele conversava com Moisés em uma área descampada próxima ao centro da cidade. O corpo do jovem com 17 anos foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal de Caruaru (IML). A família está apavorada.

A segunda lista tem ao todo 14 nomes ou apelidos escritos a mão, com caneta, além das frases: “Vai tudo morar com o satanás” e “Ainda vem mais outra lista”. Ao lado dos nomes também foram desenhadas cruzes. A primeira lista traz 19 nomes, também escritos à mão, o número 666 – conhecido como o número da besta - e a frase: “O cão tá (sic) esperando. Vai tudinho pro (sic) inferno”. Calcula-se que da primeira divulgação, sete pessoas já teriam morrido. Da segunda lista, três pessoas já teriam sido assassinadas.

Um áudio que circula pelo Whats App entre a população de Chã Grande desde o ano passado traz uma gravação com uma voz masculina descrevendo ameaças contra as pessoas da lista. “Tô (sic) voltando. Agora eu quero a raça safada de Lajedo Grande. Quero pegar aquela raça safada que tá (sic) fazendo mal ao povo”, diz a voz anônima em um dos trechos da gravação. Em seguida é ouvida uma risada e sons de tiros.

Acredita-se que as pessoas da lista são vítimas de um grupo de justiceiros, que deseja “limpar” a cidade da atuação de suspeitos de crimes. A Polícia Civil, no entanto, ainda não aprofundou as investigações, apesar dos casos terem começado a acontecer desde 2016.

O delegado João Gaspar, da Delegacia de Primavera, está assumindo Chã Grande nas férias do titular. Ele informou que iria ontem ao município para iniciar as investigações sobre o último assassinato em Chã Grande relacionado à lista da morte. "O caso já foi registrado pelo plantão do final de semana. Amanhã devo ter mais informações sobre o caso", afirmou.

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