Justiça

Quatro promotores cuidarão dos processos da Vara de Execuções Penais

A medida foi anunciada pelo MPPE, após afastamento do promotor Marcellus Ugietti, que está sendo investigado por suspeita de facilitar transferência de presos

Publicado em: 08/08/2018 11:44 | Atualizado em: 08/08/2018 13:21

O procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, instituiu o Grupo de Atuação Criminal Especial (Gace) para exercer os cargos de 19º e 54º promotor de Justiça Criminal da Capital, dos quais Marcellus Ugiette está suspenso em função das investigações sobre envolvimento no suposto esquema de facilitação de transferência de presos. 

A portaria sai na edição de hoje do Diário Oficial do Ministério Público de Pernambuco. O gestor designou os promotores Fernando Falcão Ferraz Filho e Francisco das Chagas Santos Júnior para o exercício na 19ª Vara, em conjunto ou separadamente, de hoje a 31 de agosto. Já os promotores Euclides Rodrigues de Souza Júnior e Clóvis Alves Araújo Júnior vão atuar na de 54ª Vara no mesmo período. 

O coordenador do  Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (Caop) Criminal, Luís Sávio Loureiro da Silveira, vai exercer a coordenação do Gace e prestar suporte técnico e administrativo ao grupo. O coordenador do Caop Cidadania, Marco Aurélio Farias da Silva, vai exercer as funções de representação e interlocução do grupo perante o público externo.

Substituição - A portaria que estabelece o novo grupo foi publicada um dia depois que o procurador-geral abriu edital dando prazo de três dias para que promotores interessados em ocupar os cargos de Ugiette se pronunciem por e-mail. Para instituir o Gace, o gestor máximo do MPPE considerou a “situação excepcional das promotorias” e a “imperiosa necessidade de provimento dos cargos, a fim de se preservar o interesse público e de se garantir a efetiva prestação ministerial.”

Versão do promotor - Em nota, encaminhada pelo advogado Emerson Leônidas, o promotor Marcellus Ugiette nega envolvimento com a quadrilha presa na Operação Ponto Cego e com qualquer outro grupo criminoso. Disse que tem o maior apreço pela instituição do Ministério Público, onde atua desde 1987, sempre nos padrões de ética, respeito aos direitos humanos e a legalidade que sempre prermeou a sua vida pública. Na sexta-feira passada (3), ele conta que foi surpreendido em sua residência com um mandado de busca e apreensão, executado pela Polícia Civil. "Foi com a mais absoluta perplexidade que recebi a informação de que estou sendo investigado por suposto envolvimento na transferência de presos e recebimentos de 'presentes'. Estou totalmente a disposição da Corregedoria do MPPE e coloco meu sigilo bancário e fiscal a disposição da justiça", ressalta, informando ainda que acredita estar sendo vítima de uma ação feita por aqueles que querem manchar seu nome, certamente por terem algum interesse contrariado. 

Na nota, Marcellus Ugiette diz ainda que tem certeza de que o MPPE saberá conduzir as investigações com a maior transparência possível. "Não tenho nada a temer, muito pelo contrário. Quero ir até o fim para mostrar que nada tenho a ver com as ilações apresentadas. Estou certo que ao final de tudo serei inocentado dessas graves acusações que, desde agora, repilo de forma veemente pois como promotor público não posso deixar de acreditar na justiça.", diz. O promotor, termina agradecendo as centenas de mensagens e manifestações de carinho que tem recebido por meio de mensagens, telefonemas e depoimento nas redes sociais. "Estou certo que ao final de tudo serei inocentado dessas graves acusações que, desde agora, repilo de forma veemente pois como promotor público não posso deixar de acreditar na justiça", finalizou.
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