VIOLÊNCIA

Operação da PM termina em confusão na Avenida Guararapes

Professora foi algemada e encaminhada para a Central de Flagrantes por se negar a apagar um vídeo no qual registrou a abordagem dos policiais a jogadores de bozó

Publicado em: 04/01/2018 16:27 | Atualizado em: 04/01/2018 20:07

Uma ação da Polícia Militar na Avenida Guararapes, uma das vias mais movimentadas do centro comercial do Recife, terminou em tumulto envolvendo uma professora de dança que sequer era alvo da abordagem. Segundo as testemunhas, Flávia Pinheiro filmava a interpelação da PM e foi coagida a apagar o vídeo. Um dos policiais chegou a segurá-la pelo braço tentando pegar o celular e, então, a mulher se jogou no chão e começou a gritar. Populares cercaram a guarnição da polícia e o local onde ela ficou caída. Ainda assim, a professora foi algemada e levada para a Central de Flagrantes, na tarde desta quinta-feira. O caso foi registrado em diversos vídeos e áudios que estão sendo repassados pelas redes sociais. Ao prestar depoimento, a mulher disse que não chegou a filmar nada e se arrependeu de ter atrapalhado a operação. Ela assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e foi liberada.


"Os policiais estavam fazendo uma ação contra o jogo do bozó. Ela estava filmando, e um dos policiais chegou perto dela e perguntou o que ela estava fazendo. Ele disse que ela não podia tirar foto ou filmar e que queria o telefone dela. Eles discutiram. Ele pegou no braço dela e começou a ser agressivo. Pegou até a algema para ameaçar", detalhou um estudante que passava pelo local no momento da confusão e preferiu não se identificar.

Ambulantes da área informaram que, mais cedo, policiais da Rocam também estiveram na Avenida Guararapes para abordar os jogadores de bozó. "Eles foram, mas depois deixaram o pessoal sair. Ninguém aqui é viciado. É todo mundo companheiro. A tente joga apostando dinheiro, mas é brincadeira. Tudo agora é por conta do bozó. Quando eu vi que os policiais tinham ido para perto da menina que estava fotografando, gritei logo para o povo encostar também", complementou.

Por sua vez, segundo informações não oficiais, os policiais militares envolvidos na ação disseram que a mulher só foi levada para a Central de Flagrantes por levantar uma calúnia contra o policiamento. Um aluno da professora ainda apareceu na hora e também foi levado para a Central.

Confira a nota da Polícia Militar sobre o caso

A Polícia Militar de Pernambuco informa que nesta tarde (4) policiais militares do 16º Batalhão realizavam abordagens em ocorrência de contravenção (jogo de azar) quando uma mulher começou a filmar e fotografar a ação policial dentro do perímetro da ocorrência, de forma a tentar constranger o policiamento e impedir o andamento da mesma. Diante da intromissão da mulher na ocorrência, os PMs solicitaram que a mesma se afastasse da ação, diante da recusa e da persistência em intervir na ocorrência, o efetivo solicitou que ela os acompanhassem na condição de testemunha para prestar esclarecimentos. Neste momento, a mesma se jogou no chão, começou a gritar e incitou a população contra o policiamento, impedindo de finalizar a ocorrência. A mulher foi conduzida à Central de Plantões da Capital prestou esclarecimentos na qualidade de testemunha e reconheceu que causou transtornos à ocorrência e ao serviço policial militar. Após a ouvida ela foi liberada.

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