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Conclusão Polícia indicia homem que envenenou nove pessoas em Camaragibe Ele está preso no Cotel, em Abreu e Lima, e teve a prisão temporária transformada em preventiva

Por: Tatiana Ferreira - Diario de Pernambuco

Publicado em: 18/07/2017 18:55 Atualizado em: 18/07/2017 19:20

Segundo a delegada responsável pelo caso, não restam dúvidas de que o ex-namorado de Débora, Jesemiel Hidalgo da Silva, foi o autor do crime e que era ela o alvo. Foto: Shilton Araújo/Esp. DP.
Segundo a delegada responsável pelo caso, não restam dúvidas de que o ex-namorado de Débora, Jesemiel Hidalgo da Silva, foi o autor do crime e que era ela o alvo. Foto: Shilton Araújo/Esp. DP.
O inquérito da Polícia Civil sobre o caso do envenenamento de nove pessoas de uma mesma família, no dia 13 de maio, em Jardim Primavera, Camaragibe, chegou ao fim. Oito vítimas já haviam sido ouvidas pela polícia, mas faltava Débora Regina Belo Soares, 22, que estava em coma e internada no Hospital da Restauração. Somente na semana passada é que a jovem prestou depoimento. Segundo a delegada responsável pelo caso, Euricélia Nogueira, não restam dúvidas de que o ex-namorado de Débora, Jesemiel Hidalgo da Silva, conhecido como Kiko, 27, foi o autor do crime e que era ela o alvo.

A vítima contou que o homem foi a sua casa um dia antes de passar mal e ser socorrida e, ainda, teria falado que tinha um presente para ela. Com isso, a polícia concluiu a investigação indiciando Jesemiel pelo crime tentativa de homicídio contra nove pessoas. Ele segue preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), onde aguarda julgamento. Caso seja condenado, sua pena pode chegar a até 28 anos. A prisão temporária que havia contra ele foi revertida para preventiva.

A perícia encontrou chumbinho, um veneno proibido - mas comumente usado para matar ratos, no pó de café e nos condimentos, como coloral. Ingredientes os quais Débora usou para preparar o almoço de Dia das Mães. De acordo com os depoimentos apurados, a versão dada à polícia por Jesemiel logo foi desmentida. Ele negou o crime, acusou o ex-marido de Débora - com quem ela passou sete anos - e afirmou ter ido na casa da moça apenas uma vez após o término.

Mas os familiares e a própria jovem provaram o contrário. Ele apareceu na residência outras vezes e estava inconformado com a decisão dela tentar retomar o antigo relacionamento. Inclusive, Débora contou à delegada que, dois dias antes do ocorrido, Jesemiel foi a sua casa e disse que mataria seu ex-marido, que mora na casa da frente. Segundo informações da polícia, o autor do crime já tem antecedentes criminais e respondia em liberdade pela acusação de latrocínio, que é o roubo seguido de morte.

Embora Débora Regina tenha conseguido escapar da morte, hoje, seu estado de saúde é irreversível. Ela tem sequelas na voz e problemas de respiração após ter sido submetida a traqueostomia. De acordo com o acompanhamento da delegada, a jovem é socorrida praticamente todos os dias com dificuldades para respirar. Sua família, que também foi envenenada, no entanto, não sofreu nenhuma sequela física. A explicação para isso é que, como Débora foi a primeira a comer a comida contaminada, ainda no dia 12, os médicos não diagnosticaram rápido o suficiente para tratá-la.

Isso lhe custou um tempo precioso para reverter sua condição. Seus familiares, quando socorridos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), um dia depois, já sabiam da situação da moça e foram tratados logo. Além de Débora, os afetados foram o pai dela, Regivaldo Francisco Soares; o irmão, Talisson Soares; Valquilene Maria Soares; Nilva Maria da Silva Soares; Augusto Francisco Soares; Vilma Maria Soares; José Edson Soares da Silva; e Gleice Kelly Soares. Ainda segundo a delegada, o suspeito negou que tivesse colocado veneno na casa da família da ex-namorada.

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