SAÚDE Hospital das Clínicas fará reconstrução de mandíbula de alta complexidade Cirurgia será feita na próxima terça-feira e será assistida pelo cirurgião plástico Marco Maricevich, graduado em Medicina pela UFPE, radicado nos Estados Unidos e professor da Faculdade de Medicina da Baylor, no Texas

Publicado em: 07/07/2017 20:55 Atualizado em:

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), fará uma cirurgia plástica de reconstrução da mandíbula, na próxima terça-feira. O procedimento microcirúrgico, que é de alta complexidade e deve durar cerca de oito horas, será assistido pelo cirurgião plástico Marco Maricevich, graduado em Medicina pela UFPE, radicado nos Estados Unidos e professor da Faculdade de Medicina da Baylor, no Texas.

Pós-doutor pela Universidade de Harvard, com formação cirúrgica pela Mayo Clinic e Universidade de Pittsburgh, e com especialização em microcirurgia no MD Anderson Cancer Center, Maricevich tem larga experiência nesse tipo de procedimento e passará seus conhecimentos para a equipe do HC (profissionais das cirurgias plástica, vascular, de cabeça e pescoço, além de anestesiologistas e equipe de apoio). “Esta será uma boa oportunidade para todos os que estarão envolvidos no procedimento, pois vamos aprender com um profissional que tem a expertise de realizar esse tipo de cirurgia com uma frequência bem maior do que a nossa”, explica o chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do HC, Rafael Anlicoara.

A cirurgia consiste no transplante da fíbula (um dos ossos da perna) para moldá-lo e adaptá-lo para desempenhar a função da mandíbula. “É uma cirurgia longa, muito complexa e envolve muitos profissionais porque é necessário captar um osso, moldá-lo, fazer a ligação da artéria e da veia para ‘alimentar’ de nutrientes e oxigênio esse osso que está mudando de lugar”, informa Anlicoara.

A paciente é uma mulher, de 48 anos, que perdeu 70% de sua mandíbula após a retirada de um tumor há quatro anos, o que provocou a deformidade física e prejuízo nas funções da fala, respiração e alimentação. Ela será a sétima pessoa a passar por esse tipo de cirurgia no HC. A última operação com essa complexidade foi realizada, em maio de 2014, para a retirada de um cisto, que causava a deformidade no rosto de um jovem de 18 anos, e durou 12 horas.

A cirurgia de terça-feira deverá ser mais rápida em virtude do uso da tecnologia 3D. “Realizamos uma tomografia da face e outra da perna esquerda da paciente (de onde será retirada a fíbula) e por meio de um software foi gerada uma impressão 3D no tamanho certo que vai servir de protótipo para a adaptação do osso. Isso vai nos poupar cerca de uma hora e meia de cirurgia”, explica o cirurgião plástico Pablo Maricevich. Essa prototipagem 3D é uma parceria do HC com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas (SP).


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