Desfecho Empresário suspeito de matar secretária em apartamento no Rosarinho é preso Wilson Campos de Almeida Neto foi encontrado pela polícia na casa de parentes no bairro dos Aflitos

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/07/2017 13:25 Atualizado em: 21/07/2017 14:04

Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, foi morta com um tiro na cabeça. Foto: Reprodução/ Facebook
Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, foi morta com um tiro na cabeça. Foto: Reprodução/ Facebook

O principal suspeito pela morte da secretária Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, foi preso na tarde de hoje. O empresário Wilson Campos de Almeida Neto estava foragido desde a última quarta-feira, dia do crime. Ele foi encontrado pela polícia no bairro dos Aflitos, em casa de parentes, por volta das 11h.

Após passar por exame de corpo de delito, o suspeito foi encaminhado ao Cotel para cumprir prisão temporária de 30 dias determinada pela justiça. A advogada de Wilson, Silvana Duarte, afimou que em depoimento à polícia, na delegacia do Espinheiro, Wilson disse que nunca teve intenção de ferir Gisely e que o tiro foi acidental. "Ele informou que não tem memória do momento por que estava alcoolizado, mas negou que tenha personalidade violenta", afirmou Silvana.

O empresário também contou que não houve episódio de briga ou ciúme entre os dois. Segundo a advogada do suspeito, ele possuia porte de arma concedido pela Polícia Federal para fazer a segurança da empresa. No dia do crime, ele levou o revólver até o apartamento porque fez remessas de valores altos da empresa.

A advogada de Wilson chegou a procurar o delegado do responsável pelo caso, Breno Maia, na Delegacia do Espinheiro para negociar a apresentação espontânea do cliente, na tarde de ontem.

O corpo de Gisely foi sepultado na manhã de ontem, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. O crime aconteceu na madrugada da útlima quarta-feira no apartamento 404 do Edifício Praça do Rosarinho Prince, onde há pelo menos seis meses morava com o empresário.

Na madrugada de ontem, o casal encontrou-se no local pela última vez. Imagens do sistema de segurança mostram os dois entrando no condomínio por volta das 2h. Meia hora depois, Wilson deixa o prédio no bairro do Rosarinho, sozinho, em um carro. Enquanto o empresário partia, o corpo de Gisely estava no box do banheiro, despido e com um tiro na cabeça. Wilson é o principal suspeito do crime e ainda não foi localizado pela polícia ou se apresentado.

O chefe de Polícia Civil, Joselito Amaral, disse que a principal linha de investigação é a de homicídio. As primeiras investigações apontam que o suspeito deixou o imóvel levando roupas e a arma usada no crime, supostamente um revólver calibre 38. A polícia também estranhou o fato de não haver qualquer documento de identificação de Gisely no imóvel. Uma advogada de Wilson já fez contato com a polícia.

Horas antes do crime, o casal estava comemorando o aniversário de Gisely. O crime foi descoberto quando uma prima de Wilson ligou para a polícia. Ele próprio fez contato com a parente para falar sobre um suposto “acidente” no apartamento. A ligação para a prima somente aconteceu após ele deixar o prédio, entre 2h30 e 3h.

Há um mês, testemunhas disseram ter visto uma mulher em uma caminhonete parada em frente ao edifício agredindo verbalmente o casal. Wilson passou mais de 20 anos casado e está em processo de separação com a mulher com quem tem quatro filhos. Segundo a polícia, a vítima trabalhou como secretária na empresa do suspeito, a Promultt Distribuidora e Comércio de Produtos de Higiene.

Familiares de Gisely estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), na tarde de ontem, mas evitaram falar com a imprensa. Gisely deixou um filho menor de idade.

Essa não foi a primeira vez que Wilson teve seu nome envolvido com problemas na polícia. Em maio deste ano, ele foi autuado em flagrante, na Delegacia do Espinheiro, por disparar uma pistola dentro da garagem do mesmo condomínio, após denúncia do síndico. Joselito Amaral disse que a arma foi apreendida pela polícia. 

Ontem à noite, peritos do Instituto de Criminalística voltaram ao apartamento para fazer uma perícia mais detalhada com o uso de luminol, substância que detecta presença de sangue. O imóvel estava arrumado e não aparentava ter sido limpo após o crime. Os peritos solicitaram ao IML exame residuográfico nas mãos de Gisely para ter certeza e afastar a possibildiade de "acidente". Independentemente da apresentação ou não do suspeito, a polícia vai pedir a prisão preventiva de Wilson Campos de Almeida Neto.



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