Folia Carnaval 2017: A saga para manter uma tradição que 'pesa uma tonelada' Integrantes do Maracatu Leão Formoso saíram de Tracunhaém, na Mata Norte, para participar do encontro de maracatus de baque solto, neste domingo, no Bairro do Recife

Publicado em: 26/02/2017 21:09 Atualizado em: 26/02/2017 21:36

Maracatu se apresenta no Marco Zero. Foto: Mandy Oliver/Esp.DP
Maracatu se apresenta no Marco Zero. Foto: Mandy Oliver/Esp.DP
Passava das 16h quando o ônibus partiu de Tracunhaém, na Mata Norte de Pernambuco, com destino ao Recife. Dentro dele, os integrantes do Maracatu Leão Formoso, fundado há 19 anos. Por volta das 18h, enfim, a chegada ao centro da capital pernambucana. É hora de desembarcar todo o material e trajar as vestes que vão caracterizá-los. Dali até a hora de subirem ao palco principal do Marco Zero, marcando presença no tradicional encontro de maracatus de baque solto, neste domingo, ainda se dará uma espera grande.

A fila de reis, rainhas, estandartes, caboclos de lança é extensa. Toma parte da avenida Marquês de Olinda, segue por um pedaço da Alfredo Lisboa e mais outra parte da Rio Branco. O calor, mesmo que no início da noite, incomoda. Uns dançam, as crianças (há muitas delas entre os integrantes) brincam, outros simplesmentes sentam no asfalto e esperam a fila andar. Um a um, os maracatus são chamados no palco do Marco Zero do Recife pelas emblemáticas figuras de Mateus e Catirina. Na noite deste domingo, foram nove ao todo.

Eram 20h05 quando o Maracatu Leão Formoso, o penúltimo da noite, foi chamado. O momento tão aguardado. Duas horas de espera para dez minutos contados de relógio de apresentação. Mas os integrantes honram as tradições e apresentam ao público um banho de cultura. Tocam, cantam, dançam e ouvem os merecidos aplausos ao se retirarem. É hora de volta pra casa.

Maracatu se apresenta no Marco Zero. Foto: Mandy Oliver/Esp.DP
Maracatu se apresenta no Marco Zero. Foto: Mandy Oliver/Esp.DP

Bandeirista
Edilson Costa da Silva, 36 anos, é carpinteiro. Todos os dias, deixa Tracunhaém rumo ao Recife, onde trabalha em obras. Há dez anos, faz parte do Maracatu Leão Formoso. Nos últimos seis, foi dele a missão de carregar o estandarte. "Antes eu brincava de caboclo, agora sou bandeirista. É uma responsabilidade muito grande", conta, enquanto espera a fila andar mais um pouco.

Andou. Corre. Pronto, para. A conversa retoma. E Edilson, meio tímido, poucas palavras, não reclama da espera ou da viagem. Recebe ajuda para carregar o pesado estandarte do Leão Formoso. "Não tem problema (a espera) não. Vale a pena demais. Gosto muito disso aqui, viemos todos os anos", afirma o bandeirista, que volta a se apresentar com o Maracatu em casa, em Tracunhaém, na terça-feira.  

Tradição
Na noite deste domingo, após a apresentação da Cia Forrobodó e Antúlio Madureira, que abriram a programação do palco do Marco Zero, desfilaram nove maracatus de baque solto, cumprindo a tradição repetida todos os anos: Maracatu de Baque Solto Cambindinha de Araçoiaba, Maracatu de Baque Solto Leão Formoso de Tracunhaém, Maracatu Estrela de Ouro de Aliança, Maracatu Piaba de Ouro, Maracatu De Baque Solto Leão Vencedor De Carpina, Maracatu Estrela Dourada De Buenos Aires, Maracatu De Baque Solto Pavão Dourado De Tracunhaém, Maracatu Rural Águia Dourada De Glória Do Goitá e Maracatu Cambinda Nova

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