Polícia Irmão do pai de Júlia diz que ele teve motivos para fugir com a menina De acordo com Jefferson Alencar, Janderson vai falar os motivos, "mas tem muita história por trás"

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/07/2016 14:08 Atualizado em: 25/07/2016 16:53

Janderson Alencar está preso por força de um mandado de prisão e chegou no mesmo voo que traz a filha. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP
Janderson Alencar está preso por força de um mandado de prisão e chegou no mesmo voo que traz a filha. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

Não foi só a mãe e a família materna da menina Júlia Cavalcanti Alencar que foram nesta tarde até o aeroporto do Recife. O irmão de Janderson Rodrigo Salgado Alencar, 29 anos, pai da menina Júlia, também esteve no aeroporto para dar suporte ao irmão, que foi encaminhado direto do aeroporto para o Instituto de Medicina Legal (IML). Após exames no local, ele irá ser transferido para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Janderson foi preso por força de um mandado de prisão. Ele estava descumprindo a decisão judicial de entregar a menina à mãe.

Para Jefferson Alencar, o irmão teve "os motivos dele" para ter levado a menina da mãe. "Fui criado com ele, meu irmão não é bandido. Estão tratando ele como bandido. Não concordo com o que ele fez, mas ele tem os motivos dele. Vocês ouviram o lado da Cláudia e têm que ouvir o dele. Ele vai falar os motivos, mas tem muita história por trás", disse ao Diario, em entrevista no aeroporto. Janderson veio ao Recife sentado na última fileira do avião, escoltado pela polícia. Ele desceu pela porta traseira da aeronave direto para um ônibus da Infraero, de onde foi levado até uma viatura da polícia.

Antes de fugir com a filha, segundo a polícia, Janderson realizou um saque bancário no valor de R$ 400 mil. Foto: TV Clube/Reprodução
Antes de fugir com a filha, segundo a polícia, Janderson realizou um saque bancário no valor de R$ 400 mil. Foto: TV Clube/Reprodução

De acordo com a delegada Gleide Ângelo, responsável pelo caso, a criança foi encontrada em mau estado, doente e com picadas de insetos. "A criança está doente, o pai a colocou em estado de exaustão. Eles dormiram dois dias em um barco esperando que a casa que iria alugar ficasse pronta. Ela está toda mordida de muriçoca. Na terça-feira iria embora de novo em direção à fronteira. O pessoal da inteligência conseguiu entrar na casa e pegar ele e a menina. A casa não tinha nada dentro, nem comida para a menina", contou a delegada, se referindo a casa que Janderson alugou em Santana, no interior do Amapá e onde foi detido.


A delegada acredita que a intenção de Janderson era sair do país. "Ele disse que ia criar a menina sozinho, que ia embora, já estava até com passaporte. Ele diz que ele é pai e que ele tem direitos. Ele tem que lutar pelos direitos dele na Justiça, não desta forma que ele fez", acredita a delegada. "Ele tinha dito ao taxista que se alguém tirasse a criança dele, ele se matava. Nosso medo era que ele fizesse alguma coisa com a menina", disse.

A delegada Gleide Ângelo, responsável pelo caso, entregou a criança à mãe. Foto: Wagner Oliveira/DP
A delegada Gleide Ângelo, responsável pelo caso, entregou a criança à mãe. Foto: Wagner Oliveira/DP

Mãe de Júlia espera que pai se arrependa
Sobre a relação com Janderson e a filha, ela afirmou que depois vai conversar com a advogada dela e também procurar apoio psicológico. "Eu gostaria muito que depois de todo esse pesadelo um dia a Júlia tivesse um pai. Que ela tivesse um pai. Eu cresci com pais separados, mas na minha casa tive pais. O que acabou foi a relação do casal. Eu quero que ela seja feliz, que tenha pai e mãe. Como vai ser isso, eu não sei como vai ser", disse. A funcionário pública também afirmou que não tem o que perdoar. "Perdão é divido. Quem sou eu para julgar? O que eu gostaria muito é que ele se arrependesse de tudo que aconteceu", afirmou.

Com informações da repórter Maira Baracho e da TV Clube

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