Apoio Temer mexe suas peças para evitar xeque-mate Presidente tenta manter base aliada ao seu lado e espera por parecer, no mínimo neutro, na CCJ hoje

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 10/07/2017 07:45 Atualizado em:

 A comissão pode votar o caso ainda nesta semana e servirá de parâmetro para o governo avaliar a validade de Temer à frente do país. Foto: Evaristo Sá/AFP
A comissão pode votar o caso ainda nesta semana e servirá de parâmetro para o governo avaliar a validade de Temer à frente do país. Foto: Evaristo Sá/AFP


Apesar de partidos como PSDB e DEM ecoarem o nome de Rodrigo Maia como opção para estancar a crise política, o presidente Michel Temer segue de mangas arregaçadas para se manter no cargo. Ontem, o peemedebista convocou alguns líderes da base aliada para uma reunião à noite no Palácio da Alvorada para debater a votação na Câmara da denúncia contra ele realizada pela Procuradoria-Geral da República. Mais cedo, chamou Maia ao Palácio do Jaburu e conversou por pouco mais de uma hora. Os encontros ocorreram na véspera da apresentação do parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A comissão pode votar o caso ainda nesta semana e servirá de parâmetro para o governo avaliar a validade de Temer à frente do país.

Os aliados do peemedebista trabalham para tentar convencer Sérgio Zveiter a elaborar um documento “neutro”, que não discuta se Temer cometeu ou não o crime de corrupção passiva. Na visão do Planalto, diante da sinalização de que o parlamentar poderia votar pela admissibilidade da denúncia, o relatório isento seria uma vitória.

De olho num eventual parecer negativo de Zveiter, o Planalto trabalha para rejeitar o relatório e tentar emplacar outro relator, alinhado ao Palácio. Mesmo que essa estratégia provoque mais corrosão na credibilidade do Palácio, aumentaria as chances de barrar a denúncia e livrar Temer de um afastamento do cargo.

Em qualquer dos cenários, o governo tem pressa para votar a denúncia, mas teme que os debates na CCJ se alonguem e não seja possível concluir o processo nesta semana. Por isso, não vai se esforçar para votar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que, em tese, abre a possibilidade de os deputados serem convocados durante o recesso parlamentar para votar a denúncia. Sem aprovar a LDO, deputados e senadores não poderiam entrar em férias. Nos últimos anos, no entanto, instituiu-se o chamado “recesso branco”, quando Câmara e Senado continuam abertos, mas normalmente não há sessões deliberativas. Segundo um líder do governo, caso a votação da denúncia não aconteça até o início oficial do recesso, em 17 de julho, a não aprovação da LDO permitiria a convocação de uma sessão extraordinária durante o recesso branco. Cada vez mais afastado do Palácio, cabe a Maia marcar a data da votação da denúncia no plenário. Ele tem sido pressionado por deputados da oposição e até da base a deixar a conclusão do processo para agosto, após o recesso.

CÁRMEN LÚCIA
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, rejeitou ontem um mandado de segurança de deputados do PDT que tentava suspender a tramitação da denúncia contra Temer na  CCJ.

(Da redação com agências)


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