ELEIÇÕES

Decisão sobre chapa do PSOL/Rede vai ao executivo nacional, e Dani e Túlio mantém pé de guerra

Parlamentares trocaram farpas na última semana, após definição da federação municipal eleger Dani Portela como pré-candidata pela sigla no Recife

Publicado em: 17/05/2024 06:07

Túlio Gadelha (Rede) rebateu comentários de Dani Portela (PSOL) sobre disputa pela pré-candidatura da federação no Recife (Bruno Spada / Câmara dos Deputados)
Túlio Gadelha (Rede) rebateu comentários de Dani Portela (PSOL) sobre disputa pela pré-candidatura da federação no Recife (Bruno Spada / Câmara dos Deputados)
Mesmo após decisão do diretório municipal da federação PSOL/Rede, a deputada estadual Dani Portela (PSOL) e o deputado federal Túlio Gadelha (Rede) seguem em pé de guerra. Ambos os parlamentares tiveram seus nomes lançados à disputa pela Prefeitura do Recife, com a psolista saindo na vantagem ao ser escolhida pelos dirigentes da capital como o nome representativo de ambos os partidos no pleito - seu rival, no entanto, não se deu por vencido.

Durante o evento de lançamento de sua pré-candidatura na última quarta-feira (15), com a presença de diversos filiados tanto do PSOL, quanto da Rede Sustentabilidade, Dani Portela garantiu a união das legendas, e chegou a dizer que o ato marcava uma “virada de página”, dando a entender que Túlio ficou para trás.

“Rede e PSOL andam juntos. Temos tido problemas com um indivíduo. Eu jogo pelas regras, mas o deputado escolheu outras regras, achando que é possível fazer comigo o que fizeram com ele no PDT. Mas temos partidos com mulheres muito fortes, que sabem o custo para estar aqui hoje. Não vai dar passo atrás. Queremos dialogar sim, mas as instâncias já foram exauridas. Hoje, não lançamos só uma candidatura do PSOL, mas da federação”, declarou a pré-candidata.

Quando fala em “regras do jogo”, a deputada se refere à autonomia do diretório municipal da federação em definir seus representantes nas eleições. Túlio “escolheu outras regras” ao levar a disputa ao diretório nacional, onde possui mais aliados, sem considerar as deliberações da federação no Recife, que lhe faz forte oposição internamente. Segundo o parlamentar, o que Dani parece tratar como uma espécie de irregularidade, ele justifica com o estatuto, que dá às instâncias maiores o poder de decisão em municípios com mais de 200 mil eleitores.

“Quais são as regras do jogo que ela fala? Porque elas estão estabelecidas nos estatutos da federação. A direção municipal delibera sobre candidaturas majoritárias proporcionais, e havendo divergência em municípios com mais de 200 mil eleitores, cabe prerrogativa da executiva nacional”, disse Túlio à imprensa após participação em evento da governadora Raquel Lyra (PSDB) - mais um posicionamento divergente à rival, líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Apesar do clima de vitória sobre o rival criado no palanque, Dani e os demais membros da federação recifense têm pleno conhecimento que Túlio ainda pode recorrer à definição da capital na cúpula nacional - e assim o fez.

“Tínhamos 48 horas para recorrer sobre a divergência da deliberação. Nós recorremos em 24 horas. O presidente [da federação] Guilherme Boulos acolheu o requerimento de reavaliação, porque precisamos discutir uma candidatura competitiva, olhar a tática da federação. Não é possível que o pessoal lance candidatura em todas as capitais. Pode lançar, mas essa é a tática do PSOL. Se isolar dos outros partidos, fechar diálogo. Mas não me cabe decidir. Apoiarei a decisão da federação nacional”, afirmou.
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