Opinião Editorial: Revolução que será preservada

Publicado em: 17/07/2016 10:41 Atualizado em: 17/07/2016 10:53


Fundado em 28 de janeiro de 1862, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano é a mais antiga instituição do gênero do país. Surgiu três anos depois da visita do imperador Dom Pedro II ao estado, quando o monarca criticou a falta de interesse dos intelectuais locais em relação ao rico passado da província. É no casarão tombado pelo patrimônio histórico de número 130 na Rua do Hospício, em frente ao Teatro do Parque, que se encontra o primeiro prelo do Diario de Pernambuco, que começou a circular em 7 de novembro de 1825. Outras relíquias estão abertas à visitação pública, como o marco de pedra divisório das capitanias de Pernambuco e Itamaracá (1535), moedas, quadros, mobiliário e um canhão holandês, além de uma biblioteca de obras raras com mais de 20 mil volumes. 

Graças à Lei 879/2016, sancionada pelo governador Paulo Câmara, o IAHGP receberá, pelo período de dois anos, como incentivo cultural, a verba de R$ 480 mil para melhor acomodar seu acervo. Serão R$ 20 mil por mês - poderão depois serem prorrogados - que vêm num momento importante para a história pernambucana. 

O instituto guarda boa parte das peças que contam como seu deu a Revolução de 1817, cujo bicentenário será celebrado em março do próximo ano. Entre os objetos estão a espada e os óculos de vidro verde que pertenceram ao capitão José de Barros Lima, o “Leão Coroado”, autor do gesto que precipitou a eclosão do movimento em 6 de março de 1817. Uma doação feita em 1869 por três netos do militar. 

Segundo a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, está sendo montada vasta programação, voltada para alunos da rede pública de ensino. É nesta linha que se insere o Diario e o seu projeto Pernambuco, História & Personagens, com a publicação semanal, sempre às segundas-feiras, das biografias de personagens da Revolução de 1817 e de outros 22 eventos significativos do estado e do país, da Nova Lusitânia (1534-1635) aos dias atuais. Os textos, escritos pelo jornalista Paulo Santos de Oliveira, sairão até março de 2017, coincidindo com o bicentenário da data magna.

Como o jornal mais antigo em circulação na América Latina - e também o de língua portuguesa - o Diario considera a destinação de recursos para a preservação de bens históricos uma medida acertada. E moderna, porque este patrimônio é eterno.


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