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Articulação Temer busca negociação com Renan Calheiros Antigo desafeto de Temer, Renan já adiantou que não vai acelerar os prazos do processo de impeachment contra a presidente

Publicado em: 18/04/2016 07:17 Atualizado em:

O vice-presidente Michel Temer ainda vai ter de superar uma série de desafios para assumir a Presidência da República e montar seu governo. Seus aliados mais próximos já listaram alguns dos obstáculos e sabem que não terão muito tempo para comemorar a aprovação do pedido impeachment ocorrida ontem pelo plenário da Câmara dos Deputados. O primeiro passo é abrir uma linha direta de negociação com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

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Antigo desafeto de Temer, Renan já adiantou que não vai acelerar os prazos do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Casa, o que poderia ajudar o vice-presidente. No Senado, o vice apostará suas fichas nas articulações de Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE), líder da bancada.

De passagem pela Câmara dos Deputados, Jucá, que assumiu a presidência do PMDB de forma interina, ressaltou ontem que espera que Renan conduza de forma “institucional” o processo de impeachment no Senado. “Não é o perfil do senador Renan Calheiros, ele vai ser juiz, um presidente institucional do Senado. É claro que pessoalmente ele até pode ter a torcida dele, mas ele representa uma instituição que é maior do que qualquer processo de impeachment”, ressaltou. 

Temer (PMDB-SP), que chegou a comemorar no Palácio do Jaburu com sua equipe o resultado da votação, disse aenas ser preciso aguardar o Senado acatar a decisão e afirmou a assessores: “O que nos espera é uma grande responsabilidade”. O vice orientou seus auxiliares a evitar comemorações efusivas e pediu moderação, lembrando a todos que “agora é que vem a parte mais difícil”, numa referência ao desafio de assumir num período de forte crise econômica.

A preocupação com os avanços do impeachment no Senado chegou a ser alvo de conversas realizadas na véspera da votação na Câmara por um pequeno grupo de deputados do PMDB e Michel Temer. Na avaliação do grupo, o regimento do Senado apresenta alguns pontos “ambíguos”, o que só aumenta o poder de Renan na condução do processo. “Já há contagem de votos no Senado, mas há uma preocupação com o rito. Outro ponto também discussão é o de ampliar a nossa base entre os senadores”, afirmou o deputado e ex-ministro de Dilma, Edinho Araújo (PMDB-SP). 

Fator Cunha
Temer também terá de manter seu bom relacionamento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado fluminense teve papel decisivo na vitória do impeachment ontem. Foi ele quem articulou a escolha do relator do processo na Casa e garantiu que o texto do relatório seria a favor do afastamento da petista do cargo.

Cunha sabia que qualquer relator seria pressionado pelo Planalto, por isso queria uma pessoa de sua extrema confiança Ele escolheu o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que estava reticente e só foi convencido a cumprir a tarefa depois que o peemedebista sinalizou que poderia indicar o petebista como seu sucessor na Câmara. “O Eduardo disse para o Jovair: estou aqui decidindo o futuro da Câmara”, contou o deputado Paulinho da Força (SD-SP). (Folhapress)


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