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Organização de Cooperação Islâmica anuncia reunião extraordinária para avaliar "crimes de Israel"

O Irã, o Hamas e o Hezbollah responsabilizam Tel Aviv pela morte de Haniyeh

Publicado em: 05/08/2024 13:19 | Atualizado em: 05/08/2024 15:43

A organização para a Cooperação Islâmica (OCI) é uma entidade intergovernamental composta por Estados islâmicos, tem a sua sede em Jeddah, Arábia Saudita (Crédito: FAROOQ NAEEM / AFP)
A organização para a Cooperação Islâmica (OCI) é uma entidade intergovernamental composta por Estados islâmicos, tem a sua sede em Jeddah, Arábia Saudita (Crédito: FAROOQ NAEEM / AFP)

Os chefes da diplomacia dos 57 Estados-membros que compõem a Organização de Cooperação Islâmica (OCI) comunicaram que se reunirão na próxima quarta-feira para analisar o que classificam de "crimes de Israel", após o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e das agressões contra a soberania do Irã.

Nesta segunda-feira, o Irã também afirmou que tem o direito legal de responder pelo assassinato de Haniyeh, em seu território, a quem atribui à culpa a Israel, e defendeu que Teerã não é responsável pela escalada na região. "Consideramos indiscutível o nosso direito de defender a nossa segurança nacional, a nossa soberania e a nossa integridade territorial", disse Nasser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano.

O Irã, o Hamas e o Hezbollah responsabilizam Tel Aviv pela morte de Haniyeh na passada quarta-feira passada, no entanto até agora o governo israelita não confirmou a sua participação.

"O Irã tem o direito legal de punir. O Irã atua no quadro da Carta das Nações Unidas e do direito internacional e toma medidas sérias para proteger a sua segurança nacional com o objetivo de punir o agressor, criar dissuasão e defender a sua segurança", acrescentou Kanani.

As preocupações da comunidade internacional sobre uma possível escalada militar no Oriente Médio cresceram significativamente após Teerã e os seus aliados terem intensificado nos últimos dias as ameaças contra Israel.

"Se os governos da região e a comunidade internacional tivessem cumprido o seu dever legal, exercendo pressão sobre o regime sionista, provavelmente não teríamos assistido a um nível tão elevado de desordem e a uma escalada do risco de conflito na região. O terror é a essência do regime sionista e a sobrevivência deste regime depende da continuação do terrorismo organizado e patrocinado pelo Estado. Israel não é apenas uma ameaça para a Palestina, mas também um perigo real para a estabilidade e a segurança de todos os palestinos", indicou o porta-voz da chancelaria iraniana.

Já o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, já assegurou que o país está num nível muito elevado de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo como ofensivo. Além disso, os Estados Unidos, seu principal aliado, ainda anunciou um aumento da sua presença militar na região para reforçar o apoio à defesa de Israel.

Enquanto isso, o secretário-geral do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, viajou para Teerã com o objetivo de aprofundar a cooperação econômica e de segurança e as relações bilaterais entre os dois países.

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