Estudo Zika vírus é capaz de atravessar a placenta das gestantes, diz Fiocruz A pesquisa encontrou traços de DNA do vírus no tecido de uma paciente que teve a gestação interrompida

Publicado em: 20/01/2016 09:42 Atualizado em: 20/01/2016 10:21

O mosquito Aedes aegypti é o transmissor do zika vírus, da dengue e febre chikungunya. Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
O mosquito Aedes aegypti é o transmissor do zika vírus, da dengue e febre chikungunya. Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Um estudo divulgado nesta quarta-feira pelos cientistas do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz de Curitiba, confirmou a capacidade do zika vírus de atravessar a placenta de grávidas. A pesquisa encontrou traços de DNA do vírus no tecido de uma paciente que teve a gestação interrompida. A gestante vive no Nordeste, mas não foi identificada. Ela relatou sintomas compatíveis com a infecção antes de sofrer um “aborto retido”, que ocorre quando o feto deixa de se desenvolver no útero.

Os pesquisadores realizaram exames para verificar a infecção do vírus e identificaram a presença do vírus ao detectar traços de material genético em células da mãe e do embrião. Segundo os cientistas do instituto, a transmissão provavelmente ocorre através das chamadas “células de Hofbauer”, uma espécie de célula do sistema imune, que defende o organismo. A hipótese, ainda não confirmada, é de que essas células estariam capturando o zika e depois sendo absorvidas pela placenta.

"Este resultado confirma de modo inequívoco a transmissão intrauterina do zika vírus", declarou o instituto em comunicado. A pesquisa foi liderada pela virologista Cláudia Nunes Duarte dos Santos. 

Pernambuco tem 20 casos de microcefalia em uma semana
Até o dia 16 deste mês, foram contabilizados 1.306 casos suspeitos de microcefalia, aumento de 5,6% em relação ao boletim anterior, dos quais 506 atendem aos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ao todo, 123 foram confirmados, o que representa 20 casos a mais em uma semana, e 106 foram descartados - levando em consideração o resultado dos exames de imagem dos bebês -, 19 a mais. O estado também tem nove óbitos de bebês diagnosticados com a malformação em investigação, três a mais que a última coleta de dados. Os casos novos são de Ipojuca, Bom Jardim e Petrolina.

“O crescimento não significa que são novos bebês nascendo, pois é baseado na data de notificação e não de nascimento. Estamos trabalhando para usar esse segundo dado. A impressão dos serviços é de que há uma diminuição, também estamos analisando. Atualmente, 10% dos casos estão confirmados”, esclareceu o diretor geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, George Dimech.

O número de grávidas com exantema, manchas vermelhas que podem ser causadas por arboviroses, outras infecções ou processos alérgicos, aumentou 25% e se espalhou por mais 14 cidades em uma semana.


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