Laudo preliminar aponta que passageiros não usavam cinto em acidente com ônibus que deixou mortos em Saloá
Pelo menos 40 pessoas estavam no veículo no momento do acidente. Destas, 17 morreram
Publicado: 19/11/2025 às 20:57
Acidente em saloá deixou 17 pessoas mortas (Foto: Cortesia/Comando Policial Oficial)
Um laudo pericial preliminar da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou novos detalhes sobre o acidente ocorrido em 17 de outubro, quando um ônibus tombou no km 127 da BR-423, no município de Saloá, no Agreste de Pernambuco. O documento, ao qual o Diario de Pernambuco teve acesso, revela que os passageiros não usavam cinto de segurança.
O laudo vazado não representa a conclusão definitiva das investigações, mas traz informações técnicas do atendimento no local.
Segundo o documento, o tombamento ocorreu por volta das 19h20, em um trecho de pista simples, sem acostamento, não urbanizado, em declive e sob céu claro, já à noite. A pista estava seca no momento do acidente, o que descarta interferência das condições climáticas na ocorrência.
Um dos pontos apontados pela PRF é o fato de que a ampla maioria dos passageiros não utilizava cinto de segurança. O laudo lista nominalmente todos os ocupantes, indicando caso a caso a presença ou ausência do equipamento.
Entre as pessoas que morreram no local, nenhuma estava com o dispositivo afivelado no momento do sinistro, segundo o registro da PRF. O relatório também destaca que os cintos não estavam visíveis ou facilmente acessíveis, o que pode ter contribuído para que os ocupantes não os utilizassem. O uso do cinto é obrigatório em veículos de transporte coletivo rodoviário desde 2014.
Além disso, o documento pontua que o ônibus estava se deslocando a uma velocidade de cerca de 90 km/h em um trecho que determinava 50 km/h.
Segundo o laudo, o motorista perdeu o controle da direção, e a situação pode ter sido agravada pela velocidade considerada inadequada para um trecho que reúne declive prolongado, pista simples, curva acentuada e ausência de área de escape. Há indícios de que o condutor não reduziu a velocidade como determina a legislação em áreas de descida íngreme e curvas perigosas.
Por outro lado, antes do ponto onde ocorreu o tombamento não havia placas verticais informando a velocidade máxima permitida, apenas alertas sobre a extensão do declive, o uso obrigatório do freio motor e a necessidade de verificar as condições dos freios.
O relatório destaca que o trecho possui condições que exigem maior atenção por parte do condutor por se tratar de um local não urbanizado e ter pouca luminosidade.
A análise técnica não identificou problemas mecânicos, falhas no sistema de freios, falta de manutenção, irregularidades na sinalização, danos no pavimento ou fatores climáticos que pudessem ter provocado o sinistro.
O veículo envolvido no sinistro transportava moradores de cidades da Bahia como Brumado, Guanambi, Barra da Estiva e Caetité, entre outras, conforme os endereços registrados no laudo. Os passageiros retornavam de Pernambuco quando o acidente aconteceu.
Ao ser questionada, a PRF informou que “o resultado do laudo da perícia administrativa da PRF referente ao sinistro ocorrido no dia 17 de outubro, em Saloá/PE, ainda está em fase de conclusão e será divulgado em conjunto com os demais órgãos que participaram da perícia realizada no local.”