"Tiveram a audácia de doar objetos da cena do crime para família usar no protesto", afirma delegado sobre prisão de suspeita do caso Esther
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) realizou nesta sexta (7) a prisão de Uilma Ferreira dos Santos, mulher que teria lavado a casa onde Esther Isabelly, de 4 anos, foi encontrada
Publicado: 07/11/2025 às 09:32
Esther Isabelly foi encontrada dentro de uma cacimba, localizada em uma residência no bairro do Pixete, em São Lourenço da Mata, no dia 21 de outubro (Foto: Sandy James/DP Foto)
Durante a prisão de Uilma Ferreira dos Santos, mulher que teria lavado a casa onde a menina Esther Isabelly, de 4 anos, foi encontrada morta dentro de uma cacimba, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, o delegado Eduardo Cavalcanti, responsável pelas investigações, afirmou que os suspeitos teriam doado objetos da cena do crime para a família da menina utilizar no protesto.
“Eles tiveram a audácia de se desfazerem de objetos da cena do crime, como colchões, lençóis e camas que possivelmente teriam muito sangue de Esther. Eles fizeram uma trouxa, pegaram esses móveis e doaram para a família colocar no protesto, com a intenção de passar confiança e insatisfação com o sumiço da garota, mas ao mesmo tempo se desfazendo de boa parte do conjunto probatório dessa cena do crime”, destacou o delegado adjunto de Homicídios da 10ª Delegacia Polícia de Camaragibe, Eduardo Cavalcanti, em entrevista a emissoras de TV.
Uilma foi presa nesta sexta-feira (7), na cidade do Cabo de Santo Agostinho, também no Grande Recife, com suspeita de participação no crime. Além dela, foram presos anteriormente Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27 anos, suspeitos de ocultação de cadáver. Ainda segundo o delegado, a mulher se relacionava com um dos suspeitos presos.
“A suspeita confessa que limpou a casa, mas alegando que a faxina teria sido feita por conta que o seu companheiro estava sendo despejado. Uma pessoa que nem sequer pagou o primeiro mês de aluguel, não iria ter tanto cuidado em entregar uma casa ‘faxinada’, com água sanitária e tudo que se pode pensar em uma omissão do cenário do crime”, destacou Eduardo Cavalcanti.
Ainda conforme o delegado, durante as perícias feitas pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e pelo Instituto de Criminalística (IC), que encontraram amostras de DNA, foi constatado, apesar da limpeza, muito sangue em um cômodo específico, onde um dos suspeitos presos em flagrante dormia, além do banheiro que ele utilizava.
O delegado não descartou a possibilidade de ocorrer novas prisões no decorrer das investigações.
Uilma ficará presa temporariamente por 30 dias, prazo que pode ser prorrogado por mais 30. Após a suspeita prestar seu depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ela será conduzida para o IC para realização de perícias.
Após o fim dos trâmites legais, Uilma será levada até a Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR), localizada na Rua do Bom Pastor, no bairro do Engenho do Meio, Zona Oeste da capital pernambucana, conforme informou Eduardo Cavalcanti.
O delegado ainda destacou que a perícia no corpo da menina Esther não foi concluída e que o inquérito seguirá de forma sigilosa, com a possibilidade de coletiva de imprensa assim que as investigações forem concluídas.