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CRIME

Caso Esther: "Meu coração está pesado", diz pai após liberação do corpo da filha no IML

Menina de 4 anos foi encontrada morta em cacimba, em São Lourenço da Mata. Dois homens foram presos por ocultação de cadáver

Cadu Silva

Publicado: 22/10/2025 às 11:45

Inaldo dos Santos, pai de Esther, esteve no IML na manhã desta quarta-feira (22)/RAFAEL VIEIRA/DP

Inaldo dos Santos, pai de Esther, esteve no IML na manhã desta quarta-feira (22) (RAFAEL VIEIRA/DP)

“Eu não quero deixar essa impunidade aberta, eu quero justiça, eu quero justiça. Minha filha era inocente, minha filha era um anjo, um anjo de 4 anos. Não precisava fazer uma coisa dessa com a minha filha.”

As palavras são de Inaldo Santos da Silva Filho, pai da pequena Esther Isabelly, encontrada morta na cacimba de uma casa na comunidade Ettore Labanca, localizada no Pixete, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife.

Ele falou com a imprensa, na manhã desta quarta-feira (22), após a liberação do corpo da filha no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Recife.

Esther havia desaparecido na tarde da segunda-feira (20), enquanto brincava com os irmãos em um campo de futebol. No dia seguinte, o corpo da menina foi encontrado em uma cacimba lacrada, em uma residência próxima ao local do desaparecimento.

Conforme a Polícia Civil de Pernambuco, dois homens suspeitos de envolvimento na morte e na ocultação do corpo da criança foram presos. Eles passarão por audiência de custódia nesta quarta.

“Coração de pai fica pesado”

Visivelmente abalado, Inaldo contou que estava em Campina Grande, na Paraíba, quando recebeu a notícia do desaparecimento da filha. “O meu coração está pesado. Coração de pai fica pesado numa situação dessa. E, principalmente, sabendo que é a única filha que a gente tem”, disse.

Ele lembrou o desespero ao ser informado pela família sobre o sumiço da menina:

“Foi uma bala no meu coração na hora. Eu chorei, pedi a Deus pra ser mentira. Quando cheguei em casa, minha esposa só sabia chorar. Ela amava demais minha filha, era a única menina que a gente tinha, pediu tanto a Deus por ela.”

Esther era a única filha de Inaldo e sofria de problemas respiratórios. “Minha menina era meu xodó. Sofria de problema de respiração, igual a mim quando eu era pequeno. Eu cuidava de tudo, comprava o medicamento dela, não deixava faltar".

O pai contou que ainda chegou a ter esperança de encontrar a filha viva. “Quando disseram que tinham achado, eu dei um pulo de alegria. Mas quando cheguei lá e vi todo mundo calado, eu só dizia: ‘Eu quero ver minha filha’. Aí me disseram: ‘Você não vai aguentar ver sua filha, não.’ Foi aí que eu percebi o pior".

“É um pedacinho da gente”, diz tia de Esther

No IML, a dor era partilhada pela tia paterna da menina, Lidiane Santos da Silva, que acompanhava os trâmites para a liberação do corpo. “É difícil, né? Porque é um pedacinho da gente. A gente vê na televisão, mas quando acontece com a gente, é muito doloroso. Eu não desejo isso pra ninguém".

Muito abalada, ela contou que Esther era uma criança alegre e carinhosa. “Era uma criança amorosa, carinhosa, esperta. E aconteceu essa fatalidade. É muito difícil ver uma criança nascer, crescer e de repente perder.”

Lidiane também pediu justiça e alertou para o risco de novos crimes. “A gente só deseja justiça, porque do jeito que ele fez com a minha sobrinha, pode fazer com outras crianças. Lá tem muita criança. Que a justiça seja feita.”

Despedida

Segundo a família, o enterro está previsto para as 16h, no cemitério público de São Lourenço da Mata, onde parentes e moradores da comunidade devem prestar as últimas homenagens à menina.

“Minha filha era um anjo. Não precisava fazer isso com ela. Eu quero justiça. Só justiça”, declarou o pai.

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