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Vida Urbana
JUSTIÇA

Justiça condena dois homens a 26 anos de prisão por morte de universitário em ônibus no Recife

Gean Carlos Lopes Junior, de 20 anos, foi morto em um assalto dentro de um ônibus em maio de 2024 enquanto voltava da universidade

Adelmo Lucena

Publicado: 30/09/2025 às 18:42

Gean Carlos Lopes Junior, de 20 anos, foi morto durante um assalto dentro de um ônibus/Foto: Reprodução/Whatsapp

Gean Carlos Lopes Junior, de 20 anos, foi morto durante um assalto dentro de um ônibus (Foto: Reprodução/Whatsapp)

A Justiça de Pernambuco condenou, nesta terça-feira (30), Ivan dos Santos Silva, de 28 anos, e Nilson Davi da Silva, de 25, a 26 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do universitário Gean Carlos Lopes Junior, de 20 anos, durante um assalto dentro de um ônibus do BRT no centro da capital pernambucana. O crime ocorreu no dia 1º de maio de 2024, na Avenida Guararapes.

Segundo a sentença, os dois, em companhia de um terceiro homem não identificado, entraram no coletivo após combinarem assaltos no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul. Armados com facas, renderam passageiros e roubaram celulares.

Gean Carlos se recusou a entregar o aparelho e pediu ao motorista que abrisse a porta. Nesse momento, Ivan desferiu um golpe de faca no peito do estudante, que morreu no Hospital da Restauração. O celular foi levado pelos criminosos.

Além de Gean, uma passageira, Jammily Mayra de Paiva Santos, também teve o celular roubado. Em juízo, ela relatou que foi obrigada a desbloquear o aparelho sob ameaça de ser esfaqueada e reconheceu os dois condenados como responsáveis pela ação.

Condenação

A condenação foi baseada em depoimentos de vítimas e testemunhas, laudo tanatoscópico que comprovou a morte por ferimento de faca e confissões parciais dos réus. O juiz Alexandre Pinto de Albuquerque, responsável pela sentença, rejeitou a tese da defesa de que Nilson não teria participado do homicídio.

Na decisão, o magistrado destacou que ambos agiram em conjunto, armados e com divisão de tarefas, o que caracterizou concurso de agentes. “O fato de o réu Nilson não ter desferido pessoalmente o golpe fatal não afasta sua responsabilidade, pois sua conduta foi essencial para a consumação do crime”, escreveu.

O juiz ainda destacou que “Pelas provas colhidas, não restam dúvidas de que os denunciados praticaram os crimes de que tratam os autos, o roubo majorado em relação à vítima Jammily Mayra de Paiva Santos e o latrocínio consumado em relação à vítima Gean Carlos Lopes Junior, em concurso formal impróprio, uma vez que houve desígnios autônomos em relação a cada vítima”.

Cada réu recebeu 6 anos de prisão por roubo majorado contra Jammily e 20 anos por latrocínio contra Gean Carlos, somando 26 anos de reclusão. Eles também deverão pagar multa de 100 dias-multa, no valor de 1/30 do salário mínimo por dia.

Ambos já respondiam a outros processos criminais: Ivan por receptação e Nilson por roubo majorado. O juiz manteve a prisão preventiva dos condenados e determinou que cumpram a pena em regime fechado.

Vítima saiu de Caruaru para cursar universidade

Gean Carlos era natural de Caruaru, no Agreste, trabalhava e estudava Ciências de Consumo na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Colegas ouvidos em juízo o descreveram como um jovem “honesto, trabalhador e cheio de sonhos”. O celular que ele tentou proteger havia sido parcelado em dez vezes.

O jovem trabalhava como operador de caixa em uma casa de show e tinha como objetivo garantir a estabilidade financeira da família. Antes de ser assaltado, enviou uma mensagem para o namorado informando que estava retornando para casa.

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