Ex-companheira de suspeito de assassinar jovem em motel no Paulista afirma que o conheceu por meio de corrida por aplicativo
A jovem de 18 anos manteve uma relação de um mês e meio com o suspeito, que no dia do crime se comunicou com ela como se nada tivesse ocorrido
Publicado: 25/09/2025 às 10:10

Ex-companheira de suspeito de assassinar jovem em motel no Paulista afirma que o conheceu por meio de corrida por aplicativo (Reprodução/Tv Guararapes)
A ex-companheira de Djalma Diego Oliveira Deodato, de 25 anos, preso em flagrante pelo assassinato de Júlia Ramilly Duarte, de 20, afirmou que conheceu o suspeito da mesma forma que a vítima: em uma corrida de aplicativo.
O crime ocorreu na madrugada da última terça-feira (23), em um motel às margens da PE-022, no bairro do Nobre, em Paulista, Região Metropolitana do Recife.
A jovem, de 18 anos, disse que manteve um relacionamento com Djalma por cerca de um mês e meio.
Segundo ela, a primeira abordagem aconteceu após sair de uma festa com um amigo. Era por volta de 1h40 quando solicitaram um carro por aplicativo de corrida. Pouco depois, uma motocicleta chegou ao local. Além do veículo, o motorista não correspondia às informações do aplicativo. Mesmo assim, toparam a viagem.
Em entrevista à TV Guararapes, a jovem disse que, pela rota da viagem, ela deveria ser deixada em casa primeiro e o amigo depois, mas aconteceu o contrário. Após deixar o amigo, o suspeito a convenceu a ir até a casa de um conhecido, onde passaram a noite.. “Ele me levou e meu amigo para casa sem nenhum problema. Desde então, mantivemos contato”, relatou.
Sobre os encontros seguintes, a ex-companheira afirmou: “Ele me levou ao mesmo motel onde Júlia foi assassinada. Fumava maconha e bebia, e em uma das vezes tentou avançar comigo, mas eu disse que não e ele parou”.
Ela acrescentou que rompeu o vínculo após recusar as investidas: “Ele sempre me chamava de amor, vida, era carinhoso, mas quando tentei resistir a uma situação que não queria, ele realmente respeitou”.
No dia do crime, Djalma enviou uma mensagem às 8h58 da manhã com a frase “bom dia, amor”. A jovem respondeu apenas por volta das 11h51. “Fiquei chocada com a naturalidade dele, como se nada tivesse acontecido”, disse.
Sepultamento
O sepultamento ocorreu na tarde de quarta-feira (24), no Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife. Durante a última despedida, a mãe da vítima, Poliana Barbosa, expressou profunda tristeza pela perda da filha e destacou a gravidade dos casos de feminicídio no país.
“Eu espero que de fato seja feita a justiça. Não essa justiça que a gente costuma ver diariamente nos noticiários, onde ela não existe. São crimes, feminicídios, todos os dias. Não é um, são vários, e todos os dias eles saem impunes. O mundo está cansado de tanto sangue feminino derramado. Na bandeira brasileira, a cor que está faltando é a vermelha (do sangue), a que de fato caracteriza o Brasil”, afirmou Poliana.
O caso
Júlia foi assassinada na madrugada de terça-feira (23). Segundo o perito criminal Victor Sá Leitão, havia respingos de sangue em paredes e lençóis, além de sinais de luta corporal no quarto. A vítima apresentava marcas de esganadura e morreu por asfixia.
O que diz a polícia
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que o suspeito foi detido por policiais militares e conduzido à delegacia, onde foi autuado em flagrante. O caso está sendo investigado pela 7ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH) da Região Metropolitana Norte.
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