Mãe da jovem morta em motel diz que filha foi vítima de motorista de aplicativo
Câmeras registraram entrada da vítima com suspeito em motel; corpo foi localizado por funcionária na manhã de terça-feira (23)
Publicado: 24/09/2025 às 10:53

Júlia trabalhava como manicure e morava em Olinda. Ela foi encontrada morta em um motel (Foto: Reprodução/Instagram)
A mãe de Julia Ramilly Duarte, de 20 anos acredita que a filha estava voltando pra casa em uma corrida por aplicativo, quando foi parar no motel. “Isso foi uma corrida, tem a corrida aqui, tem o print da corrida do aplicativo”, relatou à emissoras de TV a mãe da jovem encontrada morta na manhã desta terça-feira (23), em um quarto de motel localizado às margens da PE-022, no bairro do Nobre, em Paulista, Região Metropolitana do Recife.
Segundo a mãe, a corrida contratada pela filha deveria ter durado poucos minutos, mas se estendeu por cerca de três horas. “Foi uma corrida de 13 km. Passar 3 horas preso numa corrida… ele só finalizou às 7h40 da manhã.”
O corpo da jovem foi descoberto por volta das 9h, por uma camareira do estabelecimento. Segundo a Polícia Civil, câmeras de segurança flagraram o momento em que Julia chegou ao local acompanhada de Djalma Diego Oliveira Deodato, 25 anos, apontado como suspeito do crime.
A noite anterior
De acordo com uma amiga da vítima, que preferiu não se identificar, ambas estavam em uma festa na casa de um amigo, em Pau Amarelo. Por volta das 4h, elas decidiram ir embora e chamaram corridas por aplicativo.
A amiga seguiu primeiro e, ao chegar em casa, tentou contato com Julia, que não atendeu o telefone. Após verificar o aplicativo, descobriu que a jovem já havia iniciado uma corrida, mas não chegou ao destino.
Câmeras e movimentação no motel
As imagens do circuito de segurança mostram Julia e Djalma entrando juntos no motel. O suspeito chega a acariciar a perna da jovem e, em seguida, recebe a chave do quarto.
Durante a estadia, o casal pediu comida. Pouco antes de sair, às 7h40, Djalma efetuou o pagamento por PIX e informou na recepção que a jovem estava dormindo, pedindo que fosse acordada às 9h.
Quando a camareira entrou no quarto, encontrou Julia morta. Segundo a perícia, o corpo estava sob a cama, sem a parte inferior da roupa, e apresentava sinais de violência sexual. O controle remoto do quarto foi encontrado introduzido no ânus da vítima.
Perícia aponta sinais de luta
De acordo com o perito criminal Victor Sá Leitão, havia respingos de sangue em paredes e lençóis, além de marcas de luta corporal. “A vítima perdeu algumas unhas postiças durante o confronto e veio a falecer por conta da asfixia. O corpo apresentava um corte nos lábios e sinais claros de esganadura”, explicou.
Prisão do suspeito
Horas após o crime, Djalma foi localizado por agentes do 17º Batalhão da Polícia Militar em seu local de trabalho, onde atuava como estagiário de engenharia elétrica. Segundo as investigações, o suspeito já tinha passagens pelo sistema prisional por estelionato e tráfico de drogas, além de ter usado tornozeleira eletrônica recentemente.
Sonhos interrompidos
Julia morava em Rio Doce, Olinda, e se apresentava no Instagram como especialista em unhas, onde divulgava os trabalhos que rendiam elogios de clientes. De acordo com familiares, ela havia conquistado recentemente um emprego e fazia planos para o futuro.
“Ele não destruiu só a vida da minha filha, ele destruiu uma família inteira. Agora eu estou numa funerária escolhendo um caixão para trancar ela ali dentro para sempre”, desabafou a mãe.
O que diz a Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que o suspeito foi detido por agentes da PM e conduzido a delegacia onde foi autuado em flagrantes delito.
"A ocorrência foi registrada pela Equipe de Força Tarefa de Homicídios da Região Metropolitana Norte. As investigações seguem em andamento por meio da 7ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH)", declarou a PCPE.

