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Quem são os PMs presos no Recife por suspeita de corrupção e extorsão em blitz

Um sargento e dois soldados da PM foram detidos, no Recife, por suspeita de cobrar propina durante blitze no Sertão

Felipe Resk

Publicado: 04/09/2025 às 14:46

Viatura do BPRv/SDS-PE

Viatura do BPRv (SDS-PE)

Três policiais militares (PMs) do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) foram presos, no Recife, por suspeita de cobrar propina durante blitze realizadas na região de Malhada Branca, localidade situada entre os municípios de Buíque e Arcoverde, no Sertão Pernambucano.

Segundo a investigação, estão envolvidos no suposto esquema o 3º sargento da PM Edicleidson dos Santos Silva, 42 anos, e os soldados Jonatas Filipe Lima de Almeida, de 34, e Edson Francisco Gomes Junior, de 33. Todos foram detidos dentro do batalhão, ao iniciar o serviço, na quarta-feira (3).

O grupo é investigado pelos crimes de extorsão, corrupção passiva e concussão – quando um funcionário público exige vantagem indevida. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos. A Secretaria de Defesa Social (SDS) e a PM foram procuradas.

O mais graduado do trio, o sargento Edicleidson, já havia sido detido, em 2022, por violência doméstica, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O processo, no entanto, foi arquivado. Questionadas, a SDS e a PM não informaram por que o policial foi mantido nas ruas.

Investigação

As prisões do sargento e dos soldados foram determinadas pela Justiça Militar a pedido da Polícia Civil. De acordo com o inquérito, conduzido pela Delegacia de Polícia da 157ª Circunscrição, em Buíque, os PMs exigiam dinheiro para liberar veículos abordados.

O número de vítimas e a data das blitzes denunciadas não foram informadas. Entre os casos, também haveria motoristas de caminhões-pipa que receberam alegações falsas de irregularidade e chegaram a sofrer ameaças de prisão.

Na decisão que decretou a prisão dos PMs, à qual o Diario de Pernambuco teve acesso, o juízo diz que a materialidade dos crimes estaria demonstrada em declarações de vítimas e depoimentos de testemunhas.

Também pesam contra os policiais prints de conversas em redes sociais e o fato de escalas de serviço e o rastreamento da viatura terem confirmado que estava nos locais denunciados nos dias das abordagens.

Abalo à confiança

Para a Justiça Militar, as declarações colhidas e as outras provas levantadas “vinculam os representados às condutas investigadas, constituindo indícios robustos de autoria”.

“A gravidade das condutas, praticadas em serviço e com uso da função policial militar, para obtenção de vantagem indevida, evidencia risco concreto de reiteração delitiva e abalo à confiança da população na atuação da Polícia Militar”, assinala.

Em nota, a PM afirma que a Diretoria de Polícia Judiciária Militar “formalizou toda a documentação necessária e providenciou o encaminhamento dos custodiados ao Instituto de Medicina Legal”.

“O procedimento por parte da Diretoria foi devidamente finalizado, e os militares encontram-se recolhidos sob custódia”, diz a corporação. “Ressalta-se que todas as etapas da condução foram realizadas em estrita observância aos procedimentos legais, assegurando o cumprimento integral da decisão judicial.”

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