Educação em Foco: O papel de um ambiente seguro no pré-vestibular
Durante o período, os jovens sofrem com o aumento da ansiedade e o medo de escolher uma profissão para o futuro
Luíza Cabral Saraiva - Estúdio DP
Publicado: 15/07/2025 às 18:20

Quando os alunos percebem que são cuidados tanto na escola quanto em casa, eles desenvolvem uma confiança (Divulgação/GGE)
No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, 37% dos 4,3 milhões de inscritos eram terceiranistas. Segundo dados atuais do Inep, o total de inscritos para a edição deste ano passa dos 5 milhões por todo o país. Nesta reta final da escola, muitos jovens relatam aumento no nível da ansiedade, seja por causa da indecisão quanto à escolha do curso quanto pelo receio de decepcionar os parentes. Por isso, o apoio dos familiares, dos amigos e até da escola é tão importante neste fim de ciclo.
No último ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que mais de 18 milhões de brasileiros sofrem com transtornos de ansiedade. O dado representa cerca de 9,3% da população atual do país. Entre os principais sintomas deste distúrbio estão o medo e preocupação constante, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular, problemas digestivos, insônia, taquicardia e tontura.
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Para a psicóloga do Colégio GGE, Manuela Pontes, é importante oferecer um clima de cooperatividade na instituição de ensino e promover o auxílio mútuo entre os adolescentes nessa fase. “Esse sentimento de grupo, de apoio, reduz um pouco a competitividade que os vestibulares geram. Nossos alunos estão ali no mesmo momento de vida e acabam se identificando um com o outro, dando força e apoio. Eles dão dicas de estratégias de estudo, fazem grupos onde se ajudam na resolução de questões e criam momentos de diversão para que consigam abstrair a pressão, estresse, ansiedade e cansaço que esse ano por si só gera. Saber que um tem o outro gera um sentimento de coletividade e aumenta a confiança em si”.
O GGE também oferece ações de descompressão para os seus estudantes, que vão desde atividades esportivas e aulões de ioga a momentos de luta e dança. Ao proporcionar momentos lúdicos e relaxantes, eles funcionam como uma válvula de escape para aliviar um pouco as tensões e pressões geradas pela época de vestibular.
Outro aspecto importante destacado pela psicóloga é o apoio familiar durante o período. “É primordial a participação da família nesse processo de escolha profissional dos filhos. Costumamos explicar para os pais a importância do tripé, que é a família, escola e aluno, e como eles precisam estar alinhados para o melhor suporte desses adolescentes”, afirma.
Quando os alunos percebem que são observados, cuidados e valorizados tanto na escola quanto em casa, eles desenvolvem uma confiança necessária para sua trajetória acadêmica e emocional.
Ambiente seguro
Através das ferramentas de acompanhamento diário, como a plataforma V4, e a promoção de atividades lúdicas, a coordenação, gestão e professores do Colégio GGE desenvolvem um vínculo de proximidade com os seus alunos e seus responsáveis, parte essencial na construção de um ambiente seguro.
Além dessa conexão, os alunos também participam de projetos que orientam quanto às práticas anti-bullying durante todo o ano letivo. São promovidas conversas com profissionais de psicologia e de outras áreas para mostrar aos alunos a dimensão das consequências devastadoras que o bullying tem em suas vítimas. Os estudantes também montam painéis com frases de acolhimento para ajudar aqueles que já sofreram, realizam podcasts e até fazem júri-simulado sobre o tema como forma de combate, tanto no âmbito escolar como fora.
“Acreditamos que engajar nossos alunos nesse projeto faz com que eles se impliquem mais e combatam qualquer prática que possa vir a existir. O entendimento do que é o bullying e suas consequências tanto para quem pratica como para quem sofre é uma maneira de orientação a não prática”, finaliza Manuela Pontes.

