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Conheça histórias de quem trocou o transporte público pela bicicleta

Publicado em: 21/07/2020 07:52

 (Foto: Tarciso Augusto/DP)
Foto: Tarciso Augusto/DP
Fernando Santos, 35 anos, começou a pedalar para perder peso e ganhar tempo no percurso até o trabalho. A decisão deu certo. A ponto do autônomo criar um projeto, o Vamos de bike, para estimular outras pessoas a cultivarem o hábito e ao mesmo tempo promover ações sociais envolvendo a bicicleta. Fernando não imaginava isso há um ano, quando trocou o transporte público pela bike. Mas sua decisão soa ainda mais acertada hoje em dia, depois da explosão da pandemia do novo coronavírus. Agora, o autônomo estimula outras pessoas a fazerem o mesmo em um momento onde a aglomeração nos ônibus não combina com saúde.

Fernando acha que a política de incentivo ao uso do modal de duas rodas precisa ser ainda mais estimulada através de políticas públicas. “Acho que há avanços, mas os canteiros centrais das avenidas poderiam ser melhor explorados pelo poder público. Falo de lugares como a Avenida Mascarenhas de Morais e a Caxangá, no Recife, que podiam dar espaço a ciclovias. Outra proposta é o compartilhamento da faixa azul para ônibus e táxis com os ciclistas também. Nessas faixas há muito menos veículos. Junto com isso, viria uma campanha junto aos motoristas de ônibus para respeitarem o ciclista.” 

Além de ser um transporte individual, a bicicleta promove um hábito saudável de exercícios e de contato mínimo com outras pessoas. Isso vale até para aquelas compartilhadas, já que a higienização é barata e prática. Há quem defenda a bicicleta como o transporte mais seguro para evitar a disseminação da Covid-19.

Mas nem só de ciclovias precisam os usuários de bike. Também são políticas de incentivo a oferta de locais de banho nas empresas, além de bicicletários. Alexsandro da Silva Santos, 45, trocou o ônibus pela bicicleta há oito meses, ou seja, antes da pandemia. E não se arrepende. Para ele, a maior dificuldade para os trabalhadores aderirem ao modal é o preço da bicicleta. “ Uma mais simples custa R$ 1 mil. Uma mediana, R$ 2,5. Nem todo mundo tem esse valor, mesmo para dividir.”

A lei determina que os patrões são obrigados a fornecer o deslocamento particular ou arcar com os custos de transporte público de funcionários até o local de trabalho. O trabalhador contribui com até 6% de seu remuneração mensal. A depender do preço da bicicleta, empregador e empregado podem tentar fechar uma conta mais vantajosa para ambos no que se refere aos gastos com transporte. Outra vantagem da bicicleta é o respeito ao meio ambiente, já que não há emissão de gases poluentes.

Na capital, foram implantadas 11 kms de rotas cicláveis durante a pandemia. Foram contemplados os bairros do Parnamirim, Casa Amarela, Água Fria, Apipucos, Barbalho e Burity.

Parte das ciclofaixas de turismo e lazer do Recife também foram transformadas em rotas permanentes, como trechos na Avenida Mário Melo, Rua da Aurora e Rua Leopoldo Lins. Entre 2013 até agora, houve um aumento de 24 km de ciclovias na capital. Segundo a prefeitura, um incremento de 420%.

Outra iniciativa que está sendo tocada pelo estado e prefeituras é a plataforma CicloMapa. A ferramenta busca ampliar a visibilidade das infraestruturas cicloviárias (ou a falta delas) e disponibiliza dados que auxiliam na implantação de políticas públicas para a ciclomobilidade. É usado o OpenStreetMap, uma plataforma colaborativa de mapeamento de dados geo-espaciais abertos. Ao mesmo tempo, a iniciativa também procura engajar a comunidade em sua atualização. 

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