PANDEMIA
Praias do Recife seguem registrando aglomerações
Por: Juliana Aguiar
Publicado em: 01/11/2020 13:33 | Atualizado em: 01/11/2020 16:09
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| Foto: Paulo Paiva/DP FOTO |
"Parece que a minha barraca tem cola, o povo chega cedo aqui é só sai no fim do dia", disse, de forma bem humorada, a barraqueira Edileuza Silva Nascimento, de 64 anos. Ela retomou as atividades de comércio na praia do Pina, na Zona Sul do Recife, há mais de três meses, e tem visto o movimento crescer na região. Na manhã deste domingo (1º), todas as mesas e cadeiras da sua barraca estavam ocupadas. "Eu deixo só quatro cadeiras em cada mesa, dou uma distância entre cada uma delas, e toda vez que chega algum cliente, eu vou lá e explico que não devem tirar a máscara, só se for pra beber, comer ou ir pro mar", conta a comerciante que trabalha no mesmo ponto há 40 anos. Edileuza lamenta, entretanto, que os frequentadores não tenham o cuidado necessário. "Eu peço pra colocarem, mas muitos não seguem a recomendação que eu dou", completa.
De fato, novas aglomerações sem cuidados com as medidas sanitárias nas praias do Grande Recife. No domingo de feriadão, o cenário de negligência com as regras de distanciamento e com o uso da máscara se manteve nas praias de Boa Viagem e Pina, na Zona Sul do Recife, e em Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. No calçadão, na ciclovia e na faixa de areia das praia muitas pessoas foram identificadas realizando atividades físicas ou circulando sem obedecer as medidas de distanciamento e sem fazer uso de proteção individual.
Com receio de pegar o vírus, Edileuza Nascimento troca de máscara quatro vezes por dia, e reforçou os protocolos de higiene em sua barraca. "Eu tenho medo desse vírus, eu perdi meu cunhado, vizinhos e vários amigos. É uma doença preocupante, se com a máscara já difícil de respirar e incomoda, imagina não ter ar, você puxar e não vir nada. Não quero nem pensar", destaca a comerciante. E tem um outro fator que a preocupa em seu trabalho. Mesmo as pessoas tendo voltado a frequentar as praias, o ritmo de vendas ainda está baixo. “Eu costumava vender 10 caixas de cerveja e agora só estou vendendo três, tá díficil. Ou o povo não ta vindo muito, ou quando veem querem trazer suas bebidas de casa porque dizem que não tem dinheiro", lamenta Edileuza.
É a segunda vez que Renan Patrício, de 27 anos, vem a praia depois do período de isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus. Acompanhado da esposa Roberta Marinho, a filha de 8 anos e um cachorrinho, ele aproveitou para caminhar na faixa de areia de Piedade, na altura do Hospital da Aeronáutica, e curtir o dia de sol no domingo de feriadão. “Aproveitei pra vir pra praia, curtir um pouco do feriado com a minha família”, contou Renan ao receber a equipe do Diario.
O operador de logística e a sua família não estavam fazendo uso de máscaras, mas asseguraram que utilizam a peça quando estão em espaços fechados ou próximos de pessoas que não conhecem. A família estava escolhendo onde iria se instalar, ponderando a distância dos demais frequentadores e evitando aglomerações. “Não me sinto confortável de sentar perto de outras pessoas, só se forem pessoas próximas que eu sei que estão se cuidando”, explica. Renan teme que a falta de práticas de prevenção leve a uma segunda onda do vírus, obrigando a população a retornar para o isolamento doméstico. “Lá em casa foi quarentena mesmo, o tempo todo em casa, foi pesado, não queria de novo”, completa.
Apesar da liberação, a orientação das prefeituras e do Governo de Pernambuco manter uma distância de quatro metros entre as sombrinhas e de um metro e meio entre as cadeiras. No Recife, a Prefeitura destaca, semanalmente, profissionais da Dircon, Vigilância Sanitária, Guarda Municipal e CTTU para fiscalizar a orla do litoral, mas pede a colaboração dos banhistas para fazerem a sua parte e assim evitarem a disseminação da Covid-19. A Prefeitura de Jaboatão informou que segue com a fiscalização nas praias para que as regras de convívio com o vírus sejam respeitadas. Ações de conscientização junto aos banhistas e comerciantes da orla sobre a importância do uso da máscara quando estiver fora d’água também estão sendo realizadas.
A equipe de reportagem do Diario tem acompanhado a movimentação das praias durante os fins de semana e feriados após a liberação das atividades na orla, prática de exercício, banho de mar e comércio de praia. As praias do estado foram reabertas a partir do dia 20 de junho. No dia 17 de julho, o Recife autorizou as atividades comerciais nos mais de 60 quiosques da orla da Zona Sul da cidade. Em Pernambuco, até esse sábdo (31), mais de 8,4 mil pessoas vieram a óbito em decorrência da Covid-19. O Estado totaliza 162.893 casos confirmados do novo coronavírus.
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| Edileuza Nascimento mantém barraca há 40 anos na Praia do Pina (Foto: Paulo Paiva/DP FOTO) |
É a segunda vez que Renan Patrício, de 27 anos, vem a praia depois do período de isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus. Acompanhado da esposa Roberta Marinho, a filha de 8 anos e um cachorrinho, ele aproveitou para caminhar na faixa de areia de Piedade, na altura do Hospital da Aeronáutica, e curtir o dia de sol no domingo de feriadão. “Aproveitei pra vir pra praia, curtir um pouco do feriado com a minha família”, contou Renan ao receber a equipe do Diario.
O operador de logística e a sua família não estavam fazendo uso de máscaras, mas asseguraram que utilizam a peça quando estão em espaços fechados ou próximos de pessoas que não conhecem. A família estava escolhendo onde iria se instalar, ponderando a distância dos demais frequentadores e evitando aglomerações. “Não me sinto confortável de sentar perto de outras pessoas, só se forem pessoas próximas que eu sei que estão se cuidando”, explica. Renan teme que a falta de práticas de prevenção leve a uma segunda onda do vírus, obrigando a população a retornar para o isolamento doméstico. “Lá em casa foi quarentena mesmo, o tempo todo em casa, foi pesado, não queria de novo”, completa.
Apesar da liberação, a orientação das prefeituras e do Governo de Pernambuco manter uma distância de quatro metros entre as sombrinhas e de um metro e meio entre as cadeiras. No Recife, a Prefeitura destaca, semanalmente, profissionais da Dircon, Vigilância Sanitária, Guarda Municipal e CTTU para fiscalizar a orla do litoral, mas pede a colaboração dos banhistas para fazerem a sua parte e assim evitarem a disseminação da Covid-19. A Prefeitura de Jaboatão informou que segue com a fiscalização nas praias para que as regras de convívio com o vírus sejam respeitadas. Ações de conscientização junto aos banhistas e comerciantes da orla sobre a importância do uso da máscara quando estiver fora d’água também estão sendo realizadas.
A equipe de reportagem do Diario tem acompanhado a movimentação das praias durante os fins de semana e feriados após a liberação das atividades na orla, prática de exercício, banho de mar e comércio de praia. As praias do estado foram reabertas a partir do dia 20 de junho. No dia 17 de julho, o Recife autorizou as atividades comerciais nos mais de 60 quiosques da orla da Zona Sul da cidade. Em Pernambuco, até esse sábdo (31), mais de 8,4 mil pessoas vieram a óbito em decorrência da Covid-19. O Estado totaliza 162.893 casos confirmados do novo coronavírus.
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