Cultura

Festival R.U.A enche o Recife Antigo de arte urbana e agrada o público

Nove polos espalhados pelo bairro do Recife promoveram atividades de diversas culturas, com apresentações e interação

Publicado em: 29/07/2018 18:48 | Atualizado em: 29/07/2018 21:16

Thaís Botelho, professora de tecido acrobático, durante apresentação neste domingo. Foto: Paulo Paiva/DP

O Festival R.U.A.- Recife Urbana Arte vem movimentando o Bairro do Recife desde a manhã deste domingo (29) e a programação segue até à noite. O objetivo de transformar o Recife Antigo em uma grande galeria de artes, com música, dança, esportes, cinema e outras atividades culturais, agradou o público que passava pelos nove polos distribuidos pelo bairro. O evento aconteceria em 27 de maio, mas foi adiado por causa da greve dos caminhoneiros. As apresentações de tecido acrobático e as pinturas de parede do projeto Colorindo Recife agradaram tanto pela beleza quanto pelas possibilidade de interação com a arte. 

O projeto é realizado pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, e é a culminância do Colorindo o Recife, projeto iniciado em 2013 que, em 2017, tornou-se política pública municipal de incentivo à arte urbana nos espaços públicos da cidade. Téo Armando, artista do grafite e que integra o grupo do Colorindo o Recife, fez sucesso no Espaço R.U.A, na Avenida Barbosa Lima. Na parede da rua, foi aplicada uma série de grafitagens com o tema da cultura pernambucana e as de Téo fizeram sucesso. "A gente participa do projeto Colorindo o Recife, da Prefeitura do Recife, e fazemos essa arte em alguns espaços da cidade. Eu, por exemplo, tenho uma intervenção da TV Universitária e em outros muros do Recife. Aí viemos para cá também", explicou. Os maracatus grafitados por Téo fizeram sucesso, mas a obra mais cobiçada era a das asas, um cenário considerado perfeito para fotos. 

Téo Armando fez sucesso com a grafitagem na parede. Foto: Paulo Paiva/DP

Na área do Avenida Rio Branco, as atividades de acrobacia aérea com tecidos da Cia. Penduricalho movimentaram o público que passava, de várias idades. Além da apresentação dos professores Thaís Botelho e Alan Sencades, muita gente conseguiu ensaiar umas manobras ou simplesmente brincar. A costureira Cícera Maria da Silva aprovou. "A gente tem pouca atividade cultural na cidade, que a gente possa, além de ver, poder participar. Chegar aqui e ter arte, esses talentos do circo e as crianças poderem fazer junto é muito legal. Vim com o meu neto, Pedro de 7 anos, e ele está encantado. Deveria ser todo domingo, porque quando não tem, a gente se limita a shopping, que é tudo muito caro", destacou.

A administradora Cristiana Viana reforçou o pleito de quem circulava pelas atividades. "Precisamos de mais disso. As ações com arte são maravilhosas. Todo mundo fica querendo participar, tirar foto, querer conhecer os artistas. Essa interação é um ganho social que precisa ser explorado", ressaltou.

Cícera Maria da Silva aprovou o projeto e pede mais ações do tipo para levar o neto, Pedro, de 7 anos. Foto: Paulo Paiva/DP

Na Marquês de Olinda, o pólo esportivo reuniu muita gente que queria conhecer e ver esportes não tão tradicionais assim. O espaço reuniu quadra de showball (modalidade do futebol), uma pista de skate/patins e estrutura para oficina de Slackline, além das intervenções de Parkour. O RUA teve também uma programação especial para as crianças, com música e jogos com brinquedos infláveis, oficina de pintura corporal, slime e outras recreações. No palco principal, Tio Bruninho fez apresentação. Na Rua da Moeda, as apresentações de break dance com Okado do Canal, da coletânea Ato Periférico, premiada em Londres no Festival Freedom Creativity Prize, agitaram o público.

"O evento é pautado na necessidade de democratizar o acesso aos espaços públicos da cidade e a valorização da arte urbana. A proposta é trazer para o Recife Antigo diferentes grupos sociais através de uma programação multicultural e tecnicamente qualificada. Além das tradicionais linguagens ligadas ao hip hop como o grafiti, o break dance e o RAP, uma grande variedade expressões artísticas e também esportivas serão proporcionadas de forma gratuita para toda a família. O festival propõe uma nova forma de olhar a produção cultural da cidade, estimulando o diálogo de linguagens e a utilização da tecnologia nos processos artísticos.', explica Ana Paula Vilaça, Secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife.

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