Tráfico internacional

PF cumpre dois mandados de busca e apreensão em Pernambuco

Ação é um desdobramento da Operação Spectrum, iniciada em 2017, e tem como intuito desarticular organizações de tráfico de entorpecentes

Publicado em: 15/05/2018 12:17 | Atualizado em: 15/05/2018 12:28

Em Pernambuco foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão: um na Avenida Boa Viagem e outro na Mascarenhas de Morais. Foto: Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a Operação 'Efeito Dominó', que atua no combate à lavagem de dinheiro emergente do tráfico internacional de drogas. Os mandados estão sendo executados em Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Ceará, Paraíba, Distrito Federal e São Paulo. A ação é um desdobramento da Operação Spectrum, iniciada em 2017. A polícia desarticulou um grupo comandado por Luiz Carlos da Rocha, também conhecido como 'Cabeça Branca'. Ele seria reconhecido como um dos maiores traficantes de entorpecentes da América do Sul e teria conexões em diversos países.  

Em Pernambuco foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão: um na Avenida Boa Viagem, numa residência, e outro na Mascarenhas de Morais, em uma empresa do ramo de blindagem de veículos. A prisão preventiva de dois empresários foi realizada dentro e fora do Estado, porque um deles estava viajando a negócios na Paraíba. Nas buscas foram apreendidos R$ 40 mil e diversos documentos fiscais na empresa de blindagem. No endereço residencial, apenas alguns documentos foram levados pela Polícia Federal. 

Todo o material recolhido será encaminhado para a sede da PF em Curitiba. Os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. Lá permanecerão à disposição da Justiça Federal. Por volta das 17h desta terça-feira, um dos empresários embarca no Aeroporto dos Guararapes em direção à sede. 

Para executar as 26 ordens judiciais, sendo 18 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e três mandados esta operação a PF contou com um efetivo de 90 profissionais. 

Entenda a Operação Dominó 

Esta fase da operação tem como intuito reunir informações complementares sobre a prática de crimes de lavagem de dinheiro contra o Sistema Financeiro Nacional. Além disso, busca desarticular organizações criminosas e associação para o tráfico. Durante a investigação foi possível identificar uma rede complexa destinada à lavagem de recursos provenientes do tráfico internacional de drogas.

A denominação desta operação faz referência ao fato de existir uma espécie de efeito cascata dentro do tráfico internacional de entorpecentes, pois se trata de um crime que mobiliza diversas frentes para movimentar recursos financeiros em espécies no país a partir da intervenção de operadores financeiros, mais conhecidos como 'doleiros'.

De acordo com a Polícia Federal, ao longo das investigações ficou clara a convergência dos interesses das atividades ilícitas com a dos 'clientes dos doleiros' investigados. De um lado haveria a necessidade de manter disponível um grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas. Do outro, traficantes como o 'Cabeça Branca' possuíam recursos disponíveis em moeda nacional e precisam de dólares para realizar transações fora do Brasil, com fornecedores de cocaína. 

A partir das investigações, tornou-se evidente a atuação direta e indireta de dois operadores financeiros, já conhecidos de operações anteriores da Polícia Federal. Ambos foram acusados pelo mesmo crime na Operação Farol da Colina e na Operação Lava Jato. Os acusados haviam firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República, homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Mas ainda assim retornaram às atividades ilegais. 


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