Nesta quarta-feira

Cremepe julga o médico Cláudio Amaro, acusado de mandar matar colega cirurgião Arthur Eugênio

Caso seja condenado pelo Conselho, Cláudio Amaro terá o diploma de médico cassado e jamais poderá exercer novamente a profissão.

Publicado em: 18/04/2018 07:08 | Atualizado em: 18/04/2018 08:31

Médico foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. Foto: arquivo/DP

O médico Cláudio Amaro Gomes, acusado de ser o mandante do assassinato do também médico Artur Eugênio de Azevedo em maio de 2014, será julgado a nível administrativo pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) nesta quarta, a partir das 9h, na sede da entidade, no Espinheiro, no Recife. Na ocasião, serão analisadas supostas faltas éticas do acusado, o assédio moral e a perseguição a Artur Eugênio durante o exercício da profissão no tempo em que os dois trabalharam juntos. Uma das denúncias é de que o médico usaria uma cola de qualidade inferior nos pacientes. Caso seja condenado pelo Conselho, Cláudio Amaro terá o diploma de médico cassado e jamais poderá exercer novamente a profissão.

O julgamento do Cremepe corre em paralelo e independente ao processo penal na Justiça estadual. A decisão administrativa sobre as questões éticas e profissionais serão analisadas pelos conselheiros nomeados pelo órgão classita. A decisão sobre a cassação do diploma sai ainda nesta quarta-feira. O acórdão é publicado no Diario Oficial e as partes que se sentirem prejudicadas podem recorrer ao Conselho Federal de Medicina 30 dias após a publicação. 

Um esquema de segurança foi montado para garantir a realização do julgamento com tranquilidade. Uma ambulância do Samu está no estacionamento da sede do Cremepe. O órgão tambpém solicitou reforço à Polícia Militar da área. De acordo com o presidente do Cremepe, André Dubeux, desde o ano da fundação da entidade, em 1958, cinco casos de cassação do diploma médico foram registrados no conselho de Pernambuco. Cláudio Amaro, que está preso no Cotel, em Abreu e Lima, teve autorização da Justiça Federal para participar do julgamento. A denunciante, a médica Carla Rameri Azevedo, esposa de Artur, também será ouvida. 

A juíza Inês Maria de Albuquerque, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão, decidiu em 2015 levar o acusado a júri popular. A defesa do médico entrou com recurso ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, que foi negado. Desde então, três recursos já foram impetrados no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Artur Eugênio foi assassinado em 12 de maio de 2014 e seu corpo foi encontrado na BR-101, no bairro de Comporta, em Jaboatão. O crime teria sido motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro e a vítima. Segundo os autos, Cláudio Amaro foi apontado como mandante do assassinato.
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