Saúde

Pesquisa alerta sobre desenvolvimento de câncer no fígado

Apesar de 53% dos entrevistados afirmarem ter conhecimento sobre a doença, 61% deles não sabiam quais são os sintomas e 59% desconheciam os fatores de risco

Publicado em: 23/03/2018 20:14 | Atualizado em: 23/03/2018 20:28

Foto: Getty Images/Istock

Uma taça de vinho, uma dose de destilado ou um copo de chope por seis dias na semana é a quantidade de álcool que todo mundo pode beber sem o risco de ter problemas no fígado. Segundo recomendações médicas, qualquer dose a mais pode aumentar a probabilidade de desenvolver doenças hepáticas, principalmente se o paciente já tiver predisposição e casos na família. Não existe regra para evitar a enfermidade, mas cuidados com a alimentação e exercícios físicos continuam sendo a receita mais eficaz. O carcinoma hepatocelular, câncer de fígado, é o terceiro que mais s mata no mundo, contabilizando 700 mil mortes por ano. No Brasil, foram registrados 44 mil óbitos entre 2011 e 2015. 


Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Oncoguia, em parceria com o laboratório Bayer, mostrou que mesmo com a taxa de mortalidade tão elevada, o brasileiro é mal informado sobre a doença. Um total de 1,5 mil pessoas foram ouvidas no levantamento realizados em cinco capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Recife. 

Foto: Ana Paula Neiva/DP
 

Apesar de 53% dos entrevistados afirmarem ter conhecimento sobre a doença, 61% deles não sabiam quais são os sintomas e 59% desconheciam os fatores de risco. A pesquisa revelou ainda que 76% dos entrevistados consideraram o consumo de álcool como uma das causas do câncer de fígado, o que é uma verdade. No entanto, 56% das pessoas não o relacionaram com a doença e desconhecem os fatores de risco, como a Hepatite B e a Hepatite C.


O diagnóstico foi a dúvida para a metade dos entrevistados, que declarou não saber como é realizado. Somente 20% acertaram que se faz por meio de exame de imagem para descobrir as lesões. Pelo menos um em cada três consultados conhecia alguém com a doença, no entanto, 44% não sabiam sobre a existência de tratamentos disponíveis. 


“Esses dados mostram que a população precisa ter mais acesso à informação sobre o que é o câncer de fígado, como é feito o diagnóstico e quais são os tratamentos. A maioria dos tumores é descoberta depois do estado de avanço da doença e isso tem um impacto direto no uso das terapias e sobrevida dos pacientes”, comentou a presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz. O resultado da pesquisa foi divulgado nesta sexta-feira em São Paulo. 

O oncologista Roberto Gil, do Instituto Nacional do Câncer, ressalta que quanto mais cedo for o diagnóstico mais chances de chegar a procedimentos curativos. “A ressecção cirurgia e o transplante de fígado ou procedimentos que auxiliam na regressão do tumor como aplicação da injeção percutânea de etanol e ablação por radiofrequência são opções de tratamento que podem ser realizados desde o início do diagnóstico. Para casos mais avançados, com a avaliação médica, podem ser aplicadas quimioembolização, quimioterapias e tratamentos paliativos”, disse.

O principal fator de risco para desenvolvimento de câncer no fígado é a agressão crônica das células hepática, acontecendo na maioria dos casos associados à cirrose, que pode ser causada por infecções pelos vírus das hepatites B e C, álcool e doença hepática gordurosa não alcoólica.  
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