Lista Confira os nomes dos alvos da Operação da PF em Pernambuco Foram cumpridos dois mandados de condução coercitiva contra o ex-comandante da Polícia Militar de Pernambuco, Coronel Carlos D Albuquerque e o coronel Mário Cavalvanti. Outros quatro PMs e cinco empresários foram presos temporariamente

Publicado em: 09/11/2017 11:43 Atualizado em: 09/11/2017 17:42

Confira os nomes dos alvos da Operação da PF em Pernambuco. Foto: Peu Ricardo/ DP
Confira os nomes dos alvos da Operação da PF em Pernambuco. Foto: Peu Ricardo/ DP

Em entrevista coletiva concedida no final da manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal detalhou a Operação Torrentes, deflagrada  desde as primeiras horas do dia para desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos vinculados à Secretaria da Casa Militar do Estado de Pernambuco. Ao todo 70 mandados judiciais estão sendo cumpridos no estado, sendo 15 de prisões temporárias, 19 de conduções coercitivas e 36 de busca e apreensão. A ação tem como alvos o Palácio Campo das Princesas (sede do governo do estado), o prédio da Vice-Governadoria, no bairro de Santo Amaro, além de imóveis nos bairros da Torre, Graças e Beberibe - todos do Recife - e de Casa Caiada, em Olinda.

Foram cumpridos dois mandados de condução coercitiva contra militares, inclusive da alta cúpula da corporação: ex-comandante da Polícia Militar de Pernambuco, Coronel Carlos D’Albuquerque, o coronel Mário Cavalvanti, coronel Jair Carneiro Leão, capitão Rolney Feitosa de Souza, PM aposentado Adauto Chaves da Cruz Gouveia Filho, soldado Patrese Pinto e Silva e contra Emmanoel Feliciano Ribeiro. Eles foram conduzidos à sede da PF para prestar esclarecimentos e depois foram liberados.

Outros quatro policiais militares, no entanto, foram presos por força de prisão temporária e, após depoimento, serão levados para o Batalhão da Cavalaria, onde ficarão detidos. São eles: o tenente coronel Laurinaldo Félix do Nascimento, o tenente coronel Fábio Rosendo de Alcântara (secretario executivo defesa civil em 2010), o coronel Roberto Gomes de Melo Filho (coordenador da Operação Reconstrução de 2010) e o tenente coronel aposentado Waldemir José de Araújo.

Empresários

Também foram alvo da operação cinco empresários: Ricardo Padilha, Rogério Fabrício Roque Neiva, Romero Fitipaldi Pontual (da Ceasa) e  Antônio Manuel Andrade Júnior. Ricardo José de Padilha Carício e a esposa foram conduzidos de casa, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, em uma viatura da PF, para a sede da corporação, na Avenida Cais do Apolo. Os dois não quiseram falar com a imprensa. Esta não é a primeira vez que Padilha é detido pela PF. No dia 29 de setembro deste ano, o empresário foi detido em uma casa no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, durante a  terceira fase da “Operação Mata Norte”. Ele é dono de uma das empresas investigadas por desvios de verbas públicas da merenda escolar na cidade de Lagoa do Carro, Zona da Mata de Pernambuco.

Em nota, os advogados do empresário Romero Pontual informaram que não houve nenhuma determinação judicial de prisão contra ele, mas uma busca e apreensão de documentos em sua residência. "Ele já prestou depoimento perante a Polícia Federal.Em seu depoimento, esclareceu todos os atos administrativos praticados, bem como sua retidão e regularidade.Maiores esclarecimentos serão prestados quando a defesa tiver acesso à cópia integral do inquérito policial em andamento", diz o documento.

Esquema

Durante entrevista coletiva, o chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado, Renato Madsen, pontuou que o governo federal encaminhou à Casa Militar mais de R$ 450 milhões nos anos de 2010 e 2017 e que parte desses recursos foram desviados por meio de esquema entre empresários e integrantes da Casa Militar, mas não há como mensurar o tamanho do prejuízo aos cofres públicos. "É um grupo de empresas que tinham correlação e atuação em várias cidades. A operação não investigou obras, mas o apoio aos serviços e a hipótese é de que era simulada a compra de algo que já se tinha, muitas vezes fruto de doações. Até o momento não há envolviento de políticos, mas de agentes públicos. Analisamos os contratos celebrados entre o governo do estado e as empresas beneficiadas. A gente analisa fatos, contratos, desvios, se é em um órgão ou no outro, para nós é indiferente. Em alguns casos, o faturamento era de 20% a 30% em cada um dos ítens, o momento é de quantificar. Vamos comparar ouvidas com as buscas, dados bancários e o desvio com favorecimento de algumas empresas. No dia de hoje, na medida em que houve teve a deflagração da operação, os órgãos públicos foram acionados formalmante e estão colaborando. A operação não é contra as pessoas, mas para apurar os fatos. A maioria dos envolvidos é de servidores públicos, mas também empresários", acrescentou Madsen.

Investigação

A Polícia Federal investiga 15 processos licitatórios, entre esses 12 relacionados à Operação Reconstrução (2010) e três relativos à Operação Prontidão (2017), de ajuda às vítimas das enchentes na Mata Sul do estado. O caso começou a ser investigado a partir de uma denúncia pública à Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de desvio de dinheiro no seguimento das duas operações. Na denúncia constavam os nomes de três empresários.

Confira a lista completa

PRESOS E CONDUZIDOS MILITARES:

 

1. Fábio de Alcântara Rosendo – CEL/PM – Prisão Temporária

2. Laurinaldo Félix do Nascimento – TC/PM – Prisão Temporária;

3. Roberto Gomes de Melo Filho – CEL/PM – Prisão Temporária;

4. Waldemir José Vasconcelos de Araújo – CEL/PM- aposentado – Prisão Temporária;

5. Carlos Alberto de Albuquerque Maranhão Filho – CEL/PM – Condução Coercitiva;

6. Jair Carneiro Leão – CEL/PM – Condução Coercitiva;

7. Rolney Feitosa de Souza – CAP/PM – Condução Coercitiva;

8. Mário Cavalcanti de Albuquerque –CEL/PM – Condução Coercitiva;

9. Adauto Chaves da Cruz Gouveia Filho – PM/PE – aposentado – Condução Coercitiva;

10. Patrese Pinto e Silva – SD/PM – Condução Coercitiva;

11. Emmanoel Feliciano Ribeiro-Condução Coercitiva

 

CIVIS PRESOS:

 

1. Antonio Manoel de Andrade Junior- Prisão Temporária;

2. Heverton Soares da Silva- Prisão Temporária;

3. Ítalo Henrique Silva Jaques-Prisão Temporária;

4. Ricardo José de Padilha Carício-Prisão Temporária

5. Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha-Prisão Temporária

6. Roseane Santos de Andrade-Prisão Temporária

7. Daniel Pereira da Costa Lucas-Prisão Temporária

8. Taciana Santos Costa-Prisão Temporária

9. Ricardo Henrique Reis dos Santos-Prisão Temporária

10. João Henrique dos Santos-Prisão Temporária

11. Antonio Trajano da Rocha Neto-Prisão Temporária

12. Karina Carrazzonne Pacífico da Rocha-Condução Coercitiva;

13. Diego César Silva Jaques-Condução Coercitiva

14. Rogério Fabrízio Roque Neiva-Condução Coercitiva

15. Josileide Gomes Neiva-Condução Coercitiva

16. Romero Fittipaldi Pontual- Condução Coercitiva

17. Diego Renato Carneiro de Andrade- Condução Coercitiva

18. Elza Maria José de Santana-Condução Coercitiva

19. Sybelle Maria de Araújo Lima-Condução Coercitiva

20. Wagner Belizário da Silva- Condução Coercitiva

21. Adriana Padilha Carício Montenegro-Condução Coercitiva

22. Tertuliano de Oliveira Montenegro-Condução Coercitiva

23. Mário Cavalcanti de Albuquerque-Condução Coercitiva

24. José Walter Alves Ferreira-Condução Coercitiva

25. Adauto Chaves da Cruz Gouveia Filho-Condução Coercitiva

26. Patrese Pinto e Silva-Condução Coercitiva

27. Tiago Augusto Silva Jaques-Condução Coercitiva (Pará)

 

EMPRESAS – BUSCAS E APREENSÃO:

 

1. Casa Militar;

2. CEASA;

3. DTI;

4. FJW;

5. Regente Empresarial;

6. JLPM;

7. DTI Soluções Empresariais/Project Comercial Eireli;

8. Megabag Indústria de Bolsas Ltda;

9. T&R Comercio de Artigos de Confecção Ltda;

10. AM Júnior Comércio de Artigos de Couro Ltda;

11. Escritório de Contabilidade de Elza Maria José de Santana;

12. CODECIPE;

13. Depósito DTI – Soluções empresariais;



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