Estupro Delegada da mulher pede que população evite espalhar boatos A polícia reforça que ainda não há provas de que os crimes na Zona Norte foram cometidos pela mesma pessoa

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 13/09/2016 14:46 Atualizado em: 13/09/2016 15:30

Delegada alerta para a necessidade de formalização das denúncias para que a polícia abra investigação. Foto: Marcela Cintra/Esp DP
Delegada alerta para a necessidade de formalização das denúncias para que a polícia abra investigação. Foto: Marcela Cintra/Esp DP

Em coletiva de imprensa realizada esta tarde na Secretaria da Mulher de Pernambuco, a delegada Inalva Regina, uma das responsáveis pela apuração dos dois casos de estupro ocorridos recentemente na Zona Norte, comentou sobre os avanços das investigações nos últimos dias. A polícia também pede cautela sobre a divulgação de boatos, principalmente nas nas redes sociais, que podem aumentar o sentimento de pânico na população.

"O que nós incentivamos e pedimos são sempre denúncias. Nós precisamos de números para direcionar nossas buscas e é muito importante que as vítimas façam esse registro formalmente", explica a delegada Inalva Regina, que também é enfática ao dizer que "as pessoas estão assustadas, mas não é verdade que existe uma onda de estupro no estado de Pernambuco". Apesar do grande compartilhamento de boatos, Inalva também ressalta que há um grande empenho da sociedade em ajudar a polícia nas investigações. "Existe um voluntariado em toda a nossa rede, vindo de muitas pessoas no sentido de nos repassar informações e publicar imagens, e nós averiguamos cada uma dessas denúncias", diz.



Sobre a ligação entre os três casos de estupro ocorridos recentemente, porém, a delegada é destaca que ainda não é possível determinar se foram ou não cometidos pela mesma pessoa. "Sob hipótese alguma a polícia pode afirmar que os três crimes foram cometidos pelo mesmo homem. Características físicas não são provas", afirma. Nos próximos dias, a polícia deve realizar o exame que compara os materiais genéticos dos agressores deixados nas vítimas.

A delegada reforçou também a importância do apoio às vítimas de violência sexual e doméstica, que muitas vezes são vítimas de preconceito e se sentem intimidadas na hora da denúncia. "Culturalmente, costumam jogar a culpa na vítima. A causa disso é a falta de respeito, falta de conscientização. (...) Nós julgamos e isso é muito ruim", comenta a delegada, se referindo aos casos de modo geral."Quando uma mulher chega na delegacia e pede que que o caso não tenha mais continuidade, por exemplo, ela é criticada. Acham que ela 'está assim porque gosta' e isso não é verdade".

Relembre os casos
Na última quinta-feira, uma empresária de 32 anos quando saía de uma lavanderia na Rua Amélia, bairro das Graças. O crime aconteceu por volta do meio dia, quando o suspeito levou a vítima até a BR-101 Sul onde a estuprou. A abordagem foi muito semelhante à utilizada no abuso contra uma estudante de medicina em agosto, no bairro de Parnamirim. Já a universitária de 29 anos foi abordada por volta das 18h do dia 16 de agosto deste ano, na Rua André Cavalcante, Parnamirim, também Zona Norte do Recife, quando chegava à casa dos pais.

Ao abrir a porta do carro, um Fox, estacionado em frente ao prédio, a vítima foi surpreendida pelo suspeito, armado com uma faca. Ele invadiu o carro, assumiu a direção e seguiu com a universitária. Segundo a polícia, a vítima foi estuprada às marrgens da BR-101, foi fotagrafada nua e com roupa pelo suspeito e, por volta das 22h, abandonada com o veículo, nas proximidades da estação de metrô Antônio Falcão, na Imbiribeira. O criminoso fugiu levando o telefone celular da estudante.

No dia 31 de agosto, a polícia divulgou a identidade do suspeitto: Wellington da Silva Ferreira. Nome, idade e foto foram apresentados na 1ª Delegacia de Polícia da Mulher (DEAM- DPMUL), que investiga o caso. O crime em Parnamirim foi cometido pouco menos de um mês depois do suspeito ter sido libertado após cumprir pena por tentativa de homicídio. Wellington, também conhecido como Matuto, tem 30 anos. Com a divulgação da foto e do nome, a polícia acredita na participação da população, que poderá denunciar a localização do suspeito e ter a identidade preservada pelo Disque Denúncia: 3421-9595, 3184-3553 e 9 9488-4159 (telefone funcional da delegada Inalva Regina).



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL