Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 25/07/2016 12:19 Atualizado em: 25/07/2016 13:44
A Associação Brasileira de Tecnologia da Informação PE/PB (Assespro PE/PB) divulgou, nesta segunda-feira, uma nota de repúdio contra as agressões sofridas por motoristas de aplicativos como o Uber, no Recife. Ítalo Nogueira, que representa as empresas de tecnologia da informação em Pernambuco, queixa-se da inércia do poder público e cobra medidas efetivas à Prefeitura do Recife: "Não é defender um aplicativo, é defender a liberdade de usar a tecnologia para ampliar as relações na nova economia. De compartilhamento".
Confira o documento na íntegra:
Triste e revoltante. Só assim podemos classificar o fato das últimas agressões sofridas por motoristas do Uber no Recife quando um carro foi apedrejado e outro teve o condutor agredido verbal e fisicamente.
A Associação Brasileira de Tecnologia da Informação PE/PB (Assespro PE/PB) vem, publicamente, repudiar esse absurdo e exigir dos gestores públicos dos nossos municípios, principalmente do Recife, que assumam a responsabilidade sobre essa questão.
Será que só iremos sentar para negociar e pensar nas soluções após vidas serem perdidas? Não foi a primeira vez que fatos como esse aconteceram no Recife.
Na era da economia compartilhada as mudanças são inevitáveis. Não podemos nos colocar contra o que, notadamente, significa um avanço nas relações pessoais e de consumo. Mesmo que esse avanço contrarie interesses, geralmente específicos de algumas categorias.
Casos recentes - Na noite da quinta-feira passada, um motorista do aplicativo Uber teve o carro, um veículo Gol, apedrejado, no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife. Um dos três passageiros que seguiam no carro, uma mulher, foi ferida na altura da nuca e, segundo ele, socorrida para o Hospital Santa Joana.O motorista diz não poder garantir que este seria mais um caso de agressão envolvendo taxistas, mas adiantou que, depois de atirar a pedra, o homem que seguia na garupa de uma motocicleta gritou a palavra Uber. Foi formalizado um boletim de ocorrência, o carro passou por perícia do Instituto de Criminalística (IC) e, hoje deve voltar a depor à polícia.
A quarta delegacia do Departamentamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) investiga outra agressão sofrida por um motorista do aplicativo Uber em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife. Também na noite da quinta-feira passada, Ricardo Hipólito Dantas de Araújo levou um tiro de raspão no queixo e no ombro e foi agredido com uma chave de fenda. "Estamos trabalhando com duas linhas de investigação: tentantiva de homicídio ou de latrocínio (roubo seguido de morte). A vítima prestou depoimento e contou que o suspeito primeiro atirou contra ele e depois desceu e começou a agredi-lo com uma chave de fenda. Foi levada a chave do carro que foi encontrada nas proximidades, e o celular não se sabe se foi levado ou se caiu durante a agressão", adiantou o gestor do DHPP, delegado Cláudio Castro. No posto da Polícia Militar do Hospital Otávio de Freitas, onde foi internado, o motorista contou que pegou dois passageiros no Aeroporto Internacional dos Guararapes e seguiu em direção à comunidade de Planeta dos Macacos, em Jardim São Paulo. Depois de deixar os passageiros, ele teria sido surpreendido por um homem que efetuou o disparo e o agrediu.
Naquela tarde, um outro caso, dessa vez o episódio aconteceu nas proximidades do Plaza Shopping, na Avenida 17 de Agosto, no bairro de Casa Forte, na Zona Norte do Recife. O motorista Marcelo Santos, 40 anos, estava realizando o embarque de duas passageiras quando taxistas da área perceberam que ele era da Uber e o agrediram verbalmente. Ciente da determinação do Ministério Público de Pernambuco para que se identifique os autores da violência, Marcelo resolveu tirar fotos dos veículos. O ato deixou os taxistas ainda mais agressivos e o caso foi registrado na Delegacia de Casa Amarela.
