Vírus Exames confirmam zika em 12 crianças Teste realizado em Pernambuco, numa parceria com os Estados Unidos, detectou anticorpo que sinaliza a infecção pelo zika

Por: Alice de Souza - Diario de Pernambuco

Publicado em: 04/02/2016 07:27 Atualizado em: 04/02/2016 07:29

Pernambuco tem atualmente 1.447 casos de microcefalia notificados. É o estado líder em detecções. Foto: Peu Ricardo/ Esp. DP
Pernambuco tem atualmente 1.447 casos de microcefalia notificados. É o estado líder em detecções. Foto: Peu Ricardo/ Esp. DP
Exames de sorologia realizados em amostras do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) de 12 crianças pernambucanas com microcefalia - malformação que altera o desenvolvimento do cérebro - identificaram a presença de anticorpo que sinaliza a infecção pelo zika vírus.

Os testes foram feitos pelo centro de pesquisas Aggeu Magalhães com reagentes enviados pelo Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Outros 28 bebês estão em análise e os resultados devem sair até o fim da semana. Pernambuco tem atualmente 1.447 casos de microcefalia notificados e 153 confirmados.

Os testes foram realizados depois de reunião dos pesquisadores pernambucanos e norte-americanos no Instituto Evandro Chagas, no Pará, em janeiro. Foi usada uma metodologia ainda não disponível no país, mas que está em desenvolvimento por aqui, para analisar amostras de 11 crianças nascidas no Imip e uma no Barão de Lucena. Em todas elas, foi identificada a presença da molécula IgM no líquido, que se localiza na medula óssea.

“Toda vez que encontramos o IgM positivo no recém-nascido significa que ele sofreu a infecção e produziu anticorpos”, esclareceu a chefe do setor de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Ângela Rocha. “Se você encontra o IgM é indicativo de que o vírus se replicou no sistema nervoso central”, acrescentou a virologista e pesquisadora do Aggeu Magalhães Marli Tenório.

O IgM pode ficar no sangue por cerca de dois meses. No LCR, de seis meses a até um ano, estimam os especialistas. Os bebês analisados nasceram todos no ano passado. Sete deles já foram notificados, outros cinco a Secretaria Estadual de Saúde está em busca ativa para encontrar. 

“Não é evidência científica, mas o achado fortalece muito a relação da microcefalia com o zika vírus”, afirmou a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque.

Números
As arboviroses permanecem crescendo em Pernambuco. A dengue saltou 190% na última semana, em relação ao mesmo período do ano passado. O estado tem 7,1 mil casos notificados. O zika tem 1.086 casos notificados neste ano. A SES não descarta que os dados estejam duplicados - para mais de uma arbovirose - e irá analisar as notificações.

Depois do carnaval, os agentes de saúde começarão a atuar na sensibilização da população. Um aplicativo foi criado para transmitir em tempo real os dados coletados por eles à secretaria. ALICE DE SOUZA
alicesouza.pe@dabr.com.br

Exames de sorologia realizados em amostras do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) de 12 crianças pernambucanas com microcefalia - malformação que altera o desenvolvimento do cérebro - identificaram a presença de anticorpo que sinaliza a infecção pelo zika vírus.

Os testes foram feitos pelo centro de pesquisas Aggeu Magalhães com reagentes enviados pelo Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Outros 28 bebês estão em análise e os resultados devem sair até o fim da semana. Pernambuco tem atualmente 1.447 casos de microcefalia notificados e 153 confirmados.

Os testes foram realizados depois de reunião dos pesquisadores pernambucanos e norte-americanos no Instituto Evandro Chagas, no Pará, em janeiro. Foi usada uma metodologia ainda não disponível no país, mas que está em desenvolvimento por aqui, para analisar amostras de 11 crianças nascidas no Imip e uma no Barão de Lucena. Em todas elas, foi identificada a presença da molécula IgM no líquido, que se localiza na medula óssea.

“Toda vez que encontramos o IgM positivo no recém-nascido significa que ele sofreu a infecção e produziu anticorpos”, esclareceu a chefe do setor de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Ângela Rocha. “Se você encontra o IgM é indicativo de que o vírus se replicou no sistema nervoso central”, acrescentou a virologista e pesquisadora do Aggeu Magalhães Marli Tenório.

O IgM pode ficar no sangue por cerca de dois meses. No LCR, de seis meses a até um ano, estimam os especialistas. Os bebês analisados nasceram todos no ano passado. Sete deles já foram notificados, outros cinco a Secretaria Estadual de Saúde está em busca ativa para encontrar. 

“Não é evidência científica, mas o achado fortalece muito a relação da microcefalia com o zika vírus”, afirmou a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque.

Números
As arboviroses permanecem crescendo em Pernambuco. A dengue saltou 190% na última semana, em relação ao mesmo período do ano passado. O estado tem 7,1 mil casos notificados. O zika tem 1.086 casos notificados neste ano. A SES não descarta que os dados estejam duplicados - para mais de uma arbovirose - e irá analisar as notificações.

Depois do carnaval, os agentes de saúde começarão a atuar na sensibilização da população. Um aplicativo foi criado para transmitir em tempo real os dados coletados por eles à secretaria.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL