HR Em menos de dois dias, novo caso de morte por suspeita de Guillain-Barré Recepcionista Artur da Silva, de 33 anos, apresentou sintomas de arbovirose, perdeu os movimentos e morreu 13 dias depois

Publicado em: 24/02/2016 14:23 Atualizado em: 24/02/2016 14:45

Em menos de dois dias, um novo caso de morte por suspeita de complicações após arboviroses é registrado no Recife. Está sendo sepultado na tarde desta quarta-feira o recepcionista Artur da Silva, de 33 anos. Morador de Camaragibe, ele morreu na manhã da última terça-feira no Hospital da Restayração (HR), no Recife, onde passou 10 dias internado.

Uma ficha de esclarecimento assinada pela equipe médica do HR aponta a suspeita de Síndrome de Guillain-Barré. Depois de brincar o carnaval, Artur começou a se sentir mal no dia 11 e foi atendido em um hospital particular na Madalena, de onde foi liberado após medicado. No dia seguinte começou a perder os movimentos e foi levado a outro hospital particular, desta vez no bairro da Boa Vista. Teve o internamento recomendado, mas com o plano de saúde ainda no período de carência, foi hospitalizado no dia 13 de fevereiro no HR.

No Hospital da Restauração, o paciente foi para a sala vermelha da emergência clínica, de onde foi transferido, na madrugada da segunda-feira passada, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), morrendo no dia seguinte após um quadro de complicação neurológica e infecção respiratória. A família aguarda o resultado do exame feito com uma amostra de líquido cefalorraquidiano (LCR) para comprovar a síndrome. A causa da morte tem causa desconhecida e em 10 dias espera-se a conclusão do laudo do Serviço de Verificação de Óbito (SVO). O sepultamento está marcado para as 15h, no Cemitério de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR). Artur deixa um filho de oito meses.


Outro caso - No domingo passado, uma mulher de 27 anos morreu no HR também após complicações de uma arbovirose. Recifense, Ana Paula do Carmo Pereira da Silva era supervisora de atendimento em um hotel no Cabo de Santo Agostinho. Familiares contaram Ana Paula começou a sentir dor no corpo, febre e inchaço nas articulações ainda em dezembro, após o Natal. Encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Cabo, teria recebido o diagnóstico de dengue. Em seguida, teria recebido atendimento em um posto de saúde no bairro de Nossa Senhora do Ó, em Ipojuca; na UPA da Caxangá, no Recife; e por último, no HR, onde sofreu complicações do quadro, sendo transferida para a UTI e onde teve pneumonia, evoluindo para infecção generalizada. A paciente morreu na madrugada do domingo passado e será sepultada às 14h desta segunda-feira, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife.

"Ela apresentava sinais de chikungunya desde dezembro e recebeu diagnósticos que variavam entre dengue e chikungunya. Em janeiro, foi intenada no HR, onde passou um mês até desenvolver Guillian-Barré e morrer", contou o marido da vítima, o motorista de carreta Victor José da Silva Barbosa, de 31 anos. Eles estavam casados há três anos.

O atestado de óbito aponta como causas da morte choque séptico refratário, pneumonia hospitalar e Síndrome de Guillian-Barré. A assessoria de comunicação do HR informou que exames realizados na unidade de saúde para se a paciente teve dengue, zika ou chikungunya ainda não ficaram prontos. No entanto, a chefe de neurologia Lúcia Brito teria descartado a possibilidade de Guillian-Barré. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) não foi notificada sobre os casos.



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