Pesquisa Professora do interior de Pernambuco participa de expedição na Antártica Juliana Sayão é do Centro Acadêmico de Vitória e embarca para coletar fósseis

Publicado em: 14/12/2015 15:27 Atualizado em: 14/12/2015 18:57

Uma professora do interior de Pernambuco vai embarcar em uma expedição para Antártica para coletar fósseis. Juliana Sayão, do Centro Acadêmico de Vitória (CAV) da Universidade Federal de Pernambuco, vai integrar a equipe brasileira que participará de uma operação para coleta de fósseis no local. A Operantar, nome dado a toda operação de campo na Antártica, é realizada no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (ProAntar). A empreitada da docente começa no dia 28, quando ela segue para Punta Arenas, no Chile, de onde partirá o navio Ary Rongel, da Marinha do Brasil, no dia 2 de janeiro de 2016, rumo à Ilha James Ross.

“O objetivo da expedição será a coleta de vertebrados fósseis do Cretáceo na Antártica, com a finalidade de realizar a reconstrução paleoambiental e estabelecer relações biogeográficas desses fósseis quando América do Sul, África, Antártica e Austrália estavam unidas, formando o supercontinente Gondwana”, explica a professora Juliana, que é docente do Núcleo de Biologia do CAV e especialista em arcossauros fósseis. Dessa forma, segundo a pesquisadora, será possível entender as mudanças de clima, fauna e flora que ocorreram após a separação desses continentes, que influenciaram na formação da biodiversidade atual.

O grupo de sete professores de universidades brasileiras ficará acampado na Antártica por 45 dias. Esta será a segunda vez que Juliana Sayão participará de estudos antárticos. Em 2011, ela também fez parte de uma pesquisa do ProAntar, que resultou na publicação do registro mais antigo de um plesiossauro na Antártica. Na época, ela contribuiu com as descrições do material coletado em campo, mas não participou da coleta de fósseis no continente gelado.

Em 2014, a professora do CAV também se destacou por integrar um grupo de pesquisadores – das Universidades Federais de Pernambuco (UFPE) e Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade Regional do Cariri (Urca) – responsável pela identificação do fóssil do Maaradactylus kellneri, que viveu há 111 milhões de anos. O fóssil, de uma espécie de pterossauro inédita no mundo, foi encontrado no município de Santana do Cariri, no Ceará.

PROJETO – O Paleoantar é o nome do projeto do qual Juliana Sayão faz parte e que está inserido no ProAntar, programa financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Paleoantar é coordenado pelo professor Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e tem o objetivo de coletar fósseis de vertebrados na Ilha James Ross para estudos sobre a evolução paleoambiental da Península Antártica.

A professora Juliana diz que, do ponto de vista paleontológico, a Antártica é uma região ainda desconhecida, que desperta grande interesse de pesquisadores de todo o mundo. Ela afirma que o local guarda importantes informações sobre os organismos que viviam na área e que as dificuldades de acesso e de trabalho fazem a Antártica ser especial e misteriosa.

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