Pesquisa Fiocruz Pernambuco com números preocupante de soropositivos de 14 a 24 anos

Publicado em: 01/12/2015 07:28 Atualizado em: 01/12/2015 08:34

Na contramão da tendência mundial de redução no número de pessoas infectadas com HIV, que causa a Aids; dados sobre o vírus no Brasil e também no Recife revelam que a situação da doença ainda é alarmante na capital pernambucana.
Uma pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Pernambuco mostra que uma proporção preocupante de pessoas é diagnosticada soropositiva. As informações do estudo foram encaminhadas ao Ministério da Saúde para que novas estratégias sobre prevenção e tratamento possam ser tomadas. Hoje, no Dia Mundial de Combate à Aids, diversas atividades lembram a importância da prevenção e tratamento da doença.

A pesquisa Estimação da incidência de HIV em dois municípios brasileiros por meio de ensaio laboratorial de detecção de infecção recente entre os casos diagnosticados em 2013 foi realizada no Recife e em Curitiba (Paraná) há dois anos e aprovada para publicação científica este ano. O estudo aponta que, na capital pernambucana, o perfil da população infectada recentemente (considera-se o período de 6 meses até o diagnóstico) segue uma tendência. A maioria dos infectados recentes era do sexo masculino e tinha idade entre 13 e 24 anos. Eram, em maior número, homens que fazem sexo com outros homens.

Todas as pessoas diagnosticadas - nos setores público e privado de saúde - com HIV no Recife em 2013 foram mapeadas pela pesquisa. Nesse ano, 902 pacientes com 13 anos ou mais receberam o diagnóstico, mas apenas 528 foram habilitados a participar do estudo, pois os pesquisadores precisavam de dados complementares, como idade e sexo.

Da amostra, 13,1% eram infectados recentes. Entre as mulheres soropositivas, 91,1% foram diagnosticadas há mais de seis meses e 8,9% eram infectadas recentes. Dos homens, 85,5% eram infectados de longo prazo e 14,5% novos infectados. A coordenadora estadual da pesquisa, a médica Ana Brito, destacou que as informações são relevantes para entender a dinâmica do vírus HIV e, com isso, nortear as políticas públicas. “A Aids está com os dias contados e esperamos, em 2025, encontrar outro cenário. No entanto, hoje, ainda temos registros de infestados recentes. A estimativa, baseada nas proporções obtidas na pesquisa é de 683 novos casos por ano”, afirmou a pesquisadora.

Números
No mundo, o número de novas infecções por HIV diminuiu 35,5% entre 2000 e 2014. Foi o que apontou um relatório da Unaids, programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids, divulgado este ano.

Em 2000, a estimativa de novas infecções no mundo era de 3,1 milhões. A previsão baixou para 2 milhões em 2014. No Brasil, os novos casos aumentaram nesse período, contrariando as estimativas.

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