Medidas educativas Novas regras nos parques do Recife Portaria da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana estabelece normas de convivência em seis parques na área urbana da cidade

Por: Rosália Vasconcelos

Publicado em: 20/11/2015 07:42 Atualizado em:

Rafael Martins/DP/D.A.Press
Rafael Martins/DP/D.A.Press
O aumento do número de pessoas nos parques municipais, muito pelo incentivo ao uso dos espaços públicos, levou a Prefeitura do Recife a regular algumas atividades praticadas nesses locais. A medida pode ser positiva se conseguir, na prática, harmonizar a convivência dos diferentes grupos. O desafio do município é fazer conhecer as novas regras e conscientizar as pessoas de que as medidas são educativas para boas práticas das relações sociais.

Três dias depois da publicação da Portaria pela Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), que gerencia alguns dos parques municipais, muitos usuários ainda não conhecem as mudanças estabelecidas nas regras. O autônomo Edilson Jorge dos Santos, 41 anos, não entendeu, por exemplo, porque se proibir o uso de bolas. “Moro numa casa sem espaço para meu filho de cinco anos brincar. Costumo trazê-lo para ensinar embaixadinha e a dominar a bola. Se ele não pode no parque, onde os meninos vão brincar” questionou o pai.

A pergunta é pertinente. Mas, segundo a diretora de Parques, Praças e Áreas Verdes da Emlurb, Gabriela Freitas, a medida é necessária. “O Parque Treze de Maio e o Parque da Jaqueira são os mais polêmicos e justamente os que precisam ter mais ordenamento das atividades hoje praticadas. O uso de bolas e objetos de arremesso, como frescobol e bumerangue, pode machucar quem não está envolvido na atividade”, justifica.

Outra prática que teve seu uso normatizado foram as atividades esportivas dos grupos funcionais, que quase sempre são realizadas na grama do Parque da Jaqueira. Atualmente, cerca de 17 grupos promovem exercícios funcionais para 300 alunos. “Acho que a  portaria veio de cima para baixo, sem conversar com os usuários do Parque da Jaqueira”, opina o professor de Eduacação Física, Douglas Pimentel. Segundo Gabriela Freitas, a Emlurb está aberta para conversas com representantes de diferentes grupos esportivos para que haja um diálogo e uma possível revisão das normas. Ela ainda disse que, no caso dos slacklines, serão colocados mastros apropriados para a atividade, e assim, evitar dano às arvores.

A coordenadora do Laboratório da Paisagem do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, Ana Rita Sá Carneiro, vê com bons olhos a normatização. “É fundamental a existência de regulamentação das atividades de um parque público”. Ela considera normal a polênica inicial mas acredita que, aos poucos, a própria população tende a se apropriar das regras e a ser fiscais de seu cumprimento. “A área é pública mas as pessoas precisam saber quando termina o direito delas e começa o do outro. O que deve ser feito é a publicização das regras porque a sinalização ainda é precária”, revelou a urbanista.

Ainda segundo ela, nos parques de todo mundo, há painéis informativos na entrada, com mapa e o que pode e o que não pode ser feito. “As pessoas podem alegar não saber. Hoje, inclusive, se pode fazer uso dos aplicativos de celular para divulgar as medidas. E a população pode usar o bom senso para pedir a revisão de alguma regra mais dura”, pondera Ana Rita Sá Carneiro


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